Quem sou eu

Minha foto
O objetivo deste blog é discutir idéias, expor pontos de vista. Perguntar mais do que responder, expressar mais do que reprimir, juntar mais do que espalhar. Se não conseguir contribuir, pelo menos provocar.

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

VAIDADES IMPERIAIS E O CALENDÁRIO

Existem coisas que mesmo que alguém queira que seja de uma forma, ela não será! E não adianta nem ser imperador. Um exemplo cotidiano é o calendário no Brasil. No dito popular, ouve-se muito que no Brasil o ano só inicia depois do carnaval. E na minha opinião leitor, não é só percepção não: Na prática só temos 'decisões' de verdade depois que àqueles que mandam de verdade voltam para o trabalho, a saber, depois da festa da carne.

Lendas circundam o fato que o ano não inicia no mês 01 (um) e sim apenas em março, por uma decisão de Julio César que era fiel devoto do Deus JANUS, o protetor das colheitas. Em sua homenagem, e por decreto dele, Julio César, decidiu que o ano deveria começar em janeiro, em honra a JANUS e que o mês Quintilho (na época o quinto mês do ano) passaria a ter o nome de Julho (Julio) em sua homenagem. Júlio César era tão importante que o senado romano acatou seu decreto. Era o ano 46 antes de Cristo.


Na sequência da história, o imperador Augusto, com inveja de Júlio mudou o nome do mês seguinte, Sextilho (o sexto mês do ano na contagem antiga), para Agosto (de 'Augusto'). Como seu mês tinha um dia a menos, Augusto transferiu um dia de fevereiro para agosto, para que também seu mês tivesse a mesma contagem de dias do mês de Julio César. Por isto temos dois meses consecutivos com 31 dias e um mês com 28 dias, o já pobre Fevereiro.

Portanto, o que presenciamos anualmente, de que nosso ano só inicia mesmo em Março (mês de MARTE), é fruto de uma convenção baseada em poder, vontades e vaidades, como no mundo das organizações e da sociedade moderna.

Para mim a lição que "fica" é: O que historicamente permanece são as atitudes que constroem, àquelas que se baseiam nas virtudes e nos bons intentos. As bases corrompidas pela vaidade humana pouco há de permanecer, seja ela de um cidadão comum, sejam de imperadores ou autoridades. Pense nisto, e agora sim, um Feliz Ano Novo!


 
Por André Topanotti - Criciúma/SC - 28/02/2014

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

O JORNAL QUE EMBRULHA A CARNE

Foi encantador ver Fátima Bernardes misturar jornalismo com salsichas, linguiças e frangos e ainda ter de explicar se vêm com ou sem hormônios e conservantes. Tocante ouvir a jornalista radiante por ter trocado a profissão por mais um programa de auditório onde ela dança, pergunta, canta, ri muito e informa pouco. Tudo no intervalo do Fantástico de domingo (23/2) e nos dias subsequentes. No anúncio, ela diz que gostou muito de ter substituído o “boa noite” pelo “bom dia”, mas ficou no ar se gostou de substituir notícias por embutidos como garota propaganda da Seara. Ela dá um sorriso ao lado de sobrecoxas e cortes de frango no anúncio da última edição de Veja – que não cita a jornalista na matéria da página 73 sobre “o cara do bife”.
 
Não, a cara que aparece na reportagem de Veja não é da apresentadora, mas do “é uma brasa, mora” Roberto Carlos, brasa agora simbolizando as chamas que vão grelhar o churrasco feito com Friboi. Roberto Carlos, o ex-vegetariano convicto, perdeu a convicção e resolveu, assim, por acaso, estrelar a campanha milionária da Friboi ao lado de Tony Ramos (O Globo, 22/2). O comercial produzido pela Conspiração Filmes é igualmente emocionante para quem curtia o Rei, apesar da polêmica da biografia proibida. No filme, Roberto Carlos almoça com família e amigos, mas reclama quando o garçom traz massa apenas para ele – se for Friboi, a carne é dele. Toca o refrão: “Eu voltei, agora pra ficar...”
Tanto a Friboi quanto a Seara das salsichas de Fátima pertencem ao maior produtor de carne do mundo, o grupo JBS, do empresário Joesley Batista, que delirou com os R$ 300 milhões de vendas depois que Tony Ramos assumiu a campanha que vai marcar sua carreira. Nunca mais o rosto do ator vai aparecer como o jagunço Riobaldo da minissérie Grande Sertão, Veredas, como o Marcio Ayala da novela Pai Herói, o grego Nikos em Belíssima, o empresário Antenor Cavalcanti de Paraíso Tropical ou o indiano Opash Ananda de Caminho das Índias sem que o símbolo da Friboi pulule na cabeça do público. Mais de 20 peças e alguns filmes, a medalha oficial da Ordem do Rio Branco recebida há cinco anos – e agora, Friboi. Junto com o Roberto Carlos, com quem esteve pela primeira vez aos 16 anos interpretando a dupla Tony e Tom & Jerry, no programa Jovem Guarda.
Por que as carnes atraíram subitamente Tony, Fátima e Roberto? Fátima foi contratada por 5 milhões de reais, segundo o portal Newtrade (23/2), e o Rei, calcula-se, por quantia igual – o que não é nada para o grupo que no ano passado faturou 100 bilhões de reais.
Pelé vende shampoo contra caspa Head & Shoulders, Luciano Huck vende a TIM, Marília Gabriela vende imóveis – marcas que, como os carros, já não vendem mais os produtos, mas quem os pilota. As ações da Victoria’s Secret caíram 31,5% em 2007 quando Gisela Bündchen deixou a grife de lingeries. As inserções de celebridades têm o poder de Midas. O economista americano Fred Fuld garantiu na revista Forbes que o valor de mercado da Bündchen pode chegar a 445 milhões de dólares (1,05 bilhão de reais), engolindo o de Neymar (77,5 milhões de dólares, 183 milhões de reais).
Tudo bem para as marcas. Mas o que acontece com a marca do ator, da jornalista, do cantor até então romântico fazendo campanha contra carne? Com que cara fica o público?
Numa entrevista à coluna “Direto da Fonte”, de Sonia Racy (Estado de S.Paulo, 16/12/2013), o diretor Luiz Fernando Carvalho reconheceu que a televisão brasileira tem dado claros sinais de esgotamento. E noutra entrevista ao Magazine Littéraire (fevereiro, 2014), o escritor espanhol Eduardo Mendoza desabafa por todos: como está difícil amar a espécie humana... e acreditar nos ídolos.
 
Por Norma Coury - Blog Espaço Aberto
Fonte: http://blogdoespacoaberto.blogspot.com.br/2014/02/o-jornal-que-embrulha-carne-e-o-rei.html

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

VIVER DA MORTE

 
Há pouco tempo ficamos sabendo que um grande amigo estava doente, acompanhamos a distância todo o seu tratamento e o sofrimento da família. Depois de certo tempo estava ele recuperado de um grave problema no fígado, era assim que parecia. Pouco tempo depois o problema retorna e agora somente um transplante pode realmente mantê-lo vivo. Diante desta situação sua esposa comenta em uma conversa: “é ruim imaginar que alguém deve morrer para ele viver”. Para ela não é um dilema vazio, mas a dura realidade de que alguém vai ter de morrer para que seu marido continue vivo. Para ela, o fato de o marido viver da morte de outra pessoa é algo que desconforta, incomoda. Depois de refletir um pouco sobre sua situação pensei na minha própria, de terapeuta. Por natureza um terapeuta é alguém que vive do sofrimento de outras pessoas, ou seja, se não houvesse sofrimento, dor, provavelmente não haveria ganhos. Há, muito provavelmente, muitos outros profissionais que vivem da morte do outro, do sofrimento alheio.
 
No entanto, quando uma pessoa chega ao ponto de precisar de transplante, por qualquer motivo que seja ela está dando ao órgão da pessoa que faleceu a chance de continuar vivo. Por exemplo, morre um jovem em um acidente de automóvel, seus órgãos estão em perfeito estado, a pessoa que precisa destes órgãos pode dar a eles continuidade de vida. Já houve alguns casos em que a família do doador vê na pessoa que recebeu o órgão a continuidade da vida, alguém com quem estabelecem um vínculo para o resto da vida. Por mais que a pessoa que precisa de transplante espere pela morte de alguém para continuar vivendo não é ela quem diz quem e quando vai morrer para obter o que precisa. É ela o receptáculo para a continuidade, a oportunidade que um órgão tem de continuar vivendo, como uma parte de uma pessoa que continua sua jornada em outro lugar.
 
Na terapia não é muito diferente: o terapeuta é aquele que, mais do que muitas outras pessoas, consegue trabalhar com a dor do outro. É ele a pessoa que tem as condições para, mesmo com toda a dor que compartilha com a pessoa, encontrar um caminho onde não exista dor ou sofrimento. Não é o terapeuta quem provoca ou deseja a dor, mas sim aquele que estuda, se prepara, para estar diante de alguém como um caminho. Muito ao contrário do que parece, não vive ele da dor das pessoas que lhe procuram, mas da alegria de suas realizações, do encantamento de seus sonhos, do brilho ainda existente em cada olhar. Quando não consegue auxiliar uma pessoa em seu caminho também se chateia, chora, sofre a dor de não ter conseguido.
 
Assim, profissionais que pretensamente vivem da morte do outro, assim como pessoas que esperam pela morte do outro para a doação do órgão, são as oportunidades de a vida continuar. É muito provável que um médico não tenha como sonho ver as pessoas doentes, mas que elas estejam bem, saudáveis. A dor e a doença fazem parte da vida de cada um, assim como os profissionais que abraçaram a causa de estar junto nos momentos mais difíceis. Muitos destes profissionais dedicam suas vidas para que os outros possam continuar vivos, dedicam sua saúde para que outros possam permanecer saudáveis, dedicam sua sanidade para que outros permaneçam sãos. Não se vive da morte do outro, mas se dá oportunidade do outro continuar vivo em mim.

 
Rosemiro A. Sefstrom - Criciúma/SC
Fonte: http://rosemirosefstrom.blogspot.com.br
 
 

domingo, 23 de fevereiro de 2014

DEMISSÃO SEM CORAÇÃO

Comentário de Max Gehringer para a rádio CBN sobre uma ouvinte que foi demitida depois de 17 anos na mesma empresa: "Fui demitida após trabalhar 17 anos na mesma empresa. Aliás, a única em que trabalhei na vida. Estou me sentindo um trapo, porque a comunicação me foi feita em tom impessoal, gelado e burocrático, como se 17 anos fossem 17 dias. Diga-me, por favor, alguma coisa que me faça acordar melhor amanhã."

Você deve ter menos de 40 anos de idade. E portanto, a sua carreira profissional ainda nem chegou à metade. Por isso, pelos próximos 20 anos, não se iluda achando que empresas são organismos com sentimentos. Pode até ser que muitas acreditem que sejam e preguem que são, mas uma simples mudança de cúpula já será suficiente para desfazer essa ilusão. É só chegar alguém com a missão de podar custos, que empregados entram na mesma categoria dos móveis e utensílios.

A proteção vem de outro lugar: da lei trabalhista, que evoluiu desde 1943, quando a CLT entrou em vigor. Naquela época, um empregado que quisesse pedir demissão sem se preocupar com o que a empresa pudesse achar, só precisava fazer o que continua precisando fazer hoje: conceder 30 dias de aviso prévio. Já pelo lado do empregador, entretanto, a lei apertou mais o cerco, impondo mais restrições e maiores penalidades em casos de dispensa sem justa causa.

O sonho da estabilidade, no entanto, só existe no serviço público. Em empresas privadas, um profissional precisa estar sempre preparado para uma má notícia repentina, como a que você recebeu. O mercado de trabalho não é justo para com os justos. Tenha isso em mente e a sua história profissional nunca mais voltará a ser escrita pelos outros.


Max Gehringer, para CBN - 21/02/2014.

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

MODELO MENTAL

Kant, filósofo alemão, diz que o homem tem um esquema mental que o permite reconhecer e agrupar as coisas de acordo com suas categorias. Para ele as categorias já estão em nós, ou seja, é uma característica inata do ser humano, aspecto que a Filosofia Clínica discorda.
 
Outro filósofo, chamado Arthur Schopenhauer, diz que o mundo é de acordo com minha representação, ou seja, existe um mundo diferente para cada pessoa. Unindo as ideias destes dois grandes pensadores pode-se dizer então que para cada um o mundo é vivido de maneira diferente e ainda que cada um tem um modelo mental através do qual percebe e classifica o mundo que está a sua volta. Desse modo, alguns modelos mentais permitem que algumas pessoas andem pela cidade e percebam certas coisas, como carros, pessoas, estradas, prédios, mas não lhe permitem ver as flores, os pássaros, os cachorros, a grama verde.
 
Agora, imagine que você gerencie uma organização. Nela, de acordo com o seu modelo mental que orienta a sua representação de mundo, existem muitos problemas. Ao longo de sua vida como gestor procura acertar as questões que percebe para tornar seu negócio cada vez mais rentável, mais competitivo, mais viável. Um pai de família faz o mesmo em sua casa, quando percebe que tem problemas em sua família procura corrigir, conversar, ensinar. Assim também acontece, provavelmente, com um professor, pois este identifica o que precisa ser ensinado e começa seu trabalho. Enfim, de acordo com o modelo mental de cada um e a representação de mundo gerada pelas vivências só é possível resolver algumas coisas, muitas outras ficam de fora.
 
Um gestor pode, ao longo de sua caminhada, perceber que resolveu todos os problemas que parecia ter e ainda não conseguir chegar ao seu objetivo. Ao perceber isto contrata um consultor, uma pessoa que vai auxiliá-lo na identificação das questões que limitam seu desenvolvimento. O consultor, pelo seu modelo mental percebe muitas coisas que são tão ou mais importantes do que as questões trabalhadas pelo gestor. O consultor faz o levantamento, aponta as questões e sugere soluções, que em sua visão terão o melhor efeito para as questões propostas. Cada um a partir de seu ponto de vista percebe algumas coisas e não percebe tantas outras. Um gestor atento se apropria do conhecimento trazido pelo consultor e agora também ele tem em seu modelo mental abertura para as questões observadas pelo consultor.
 
 
Em uma família, assim como na gestão, cada qual tem seu modelo mental diferente. Há casos encontrados no consultório onde marido e mulher já não se entendem, estão com dificuldades em afinar suas conversas. Ao observar cada um em separado, existe a vontade de melhorar o relacionamento, mas cada qual a seu modo está tentando do jeito errado. O modelo mental do marido aponta que o problema no casamento só pode ser de ordem financeira, enquanto pelo modelo dela o problema no casamento só pode ser de ordem extraconjugal. Assim, ele procura cada vez ganhar mais para tentar solucionar o problema do casamento com dinheiro e ela tenta resolver o problema do casamento marcando em cima. Como terapeuta é preciso apontar ao casal que existem diversos problemas que podem afetar o relacionamento e assim abrir aos olhos para uma questão simples: talvez o problema do casamento é o fato de que não conversavam mais antes de tomar uma decisão.
 
Kant estava certo sobre os modelos mentais, sua incorreção estava em entender que todos tínhamos o mesmo modelo. Em Filosofia Clínica percebemos que para cada ser humano existe um modelo mental único, e assim precisa ser tratado em cada contexto. Um modelo mental está em constante construção, algumas vezes o que a você é impensável alguém já pensou. Se em seu modelo mental existem problemas, podem haver modelos mentais nos quais existam soluções para os seus problemas.
 
 
Por: Rosemiro A. Sefstrom
Fonte: http://rosemirosefstrom.blogspot.com.br/

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

ASSÉDIO SINDICAL

Decididamente meu ouvido anda crítico demais, e para ajudar meus olhos não veem as coisas como há alguns anos atrás. O filósofo Heráclito puxar-me-ia pelos  cabelos e diria: "Tolo! Não és o mesmo homem, nem estás no mesmo rio...” Mesmo que alguns me lembrem que trabalho com pessoas a quase 20 anos, entre programas de qualidade, certificações ISO, sala de aula, treinamento, recursos humanos e segurança no trabalho, eu não sou mais o mesmo e as circunstâncias que envolvem as pessoas e seu contexto também não são mais as mesmas. Não adianta reclamarmos queridos amigos de RH, líderes, gerentes e diretores, que os jovens desta geração são diferentes, não respeitam hierarquias, não dão a mínima para as “horripilantes” advertências. Para nós, os céticos da geração "X" ou os antecessores Baby Boomers, "levar gancho" e "assinar livro negro" funcionou barbaridade! Hoje não mais. Vamos mudar de estratégia para comprometer as pessoas, ou inventar de vez processos que não dependam de pessoas, como ouvi de um colega gerente de produção de uma empresa de São Paulo. Pode?! Pena que ainda “pode”.
 
Insisto em falar da mudança que estamos passando nesta geração, pois o problema está se estendendo inclusive nas esferas jurídicas, nas agremiações, igrejas e onde mais houver uma “tal” hierarquia estabelecida e um poder sendo exercido: Cabe uma reflexão de como este poder se movimenta, como ele envolve ou compromete seus liderados. Para ilustrar este pensamento, neste final de semana conversei demoradamente com um gestor de RH de uma empresa do norte do estado (SC) que me relatou um problema que está vivendo o sindicato dos trabalhadores do ramo em que sua empresa atua. Diz meu competente colega que o sindicato têm sofrido com uma baixa de ‘renda’ por conta da desistência sistemática de profissionais da contribuição ‘espontânea’ de um dia extra de trabalho da folha de pagamento das pessoas vinculadas àquela classe. Contou-me o colega que o sindicato têm pressionado as empresas acusando seus “RH´s” de retaliação ao sindicato, porém ignoram o fato de que dia após dia os novos ‘profissionais’ têm sido mais críticos, cobrando principalmente “retorno” de suas contribuições em forma de benefícios “palpáveis”. Desconto sem contrapartida companheiro... Esquece!! #tamufora diria a galera desta nova geração de profissionais aos sindicalistas da era dos dinossauros que pensam que basta um megafone e um discurso inflamado ao som de “...ala pucha tchê, não se assustemo...” para mobilizar esta gurizada high-tech.
 
 
O que mais pesou, em especial na empresa deste meu consternado colega, foi que no ano de 2012 houve um princípio de greve. Em assembleia, resultado apertado em favor da greve, os sindicalistas foram para frente da empresa e fecharam seu portão principal. Negociações acaloradas para garantir que algumas pessoas pudessem entrar e conseguir pelo menos avisar os clientes e tomar as medidas necessárias para manter a segurança na mesma, 15 pessoas foram autorizadas a entrar. No momento em que estes ‘companheiros’ perfilaram para passar pelo portão, um ‘corredor polonês’ se formou com sindicalistas acalorados que em gritos de ordem bradavam para outros colegas da fila polonesa que empunhavam algumas câmeras digitais: “Filma bem... bate foto aí... esses são os pelegos que não merecem aumento!!”
 
Disse o indignado gestor que depois foi procurado por alguns daqueles profissionais que declararam terem se sentido ameaçados pelos companheiros do sindicato, e questionaram se eles poderiam ter agido daquela forma, com câmeras e palavras de baixo calão. Para eles, isso seria assédio, certo?  Tive que ‘tirar o chapéu’ para a resposta do meu amigo: “Fulano, assédio moral existe lei clara que pune a empresa e seus líderes, caso ocorra fatos semelhantes. Agora Assédio Sindical não existe amigo. Pode ir trabalhar tranquilo pois o que você acabou de passar na frente do portão não passa de lendas e estórias que a classe burguesa inventa para desmoralizar os movimentos sociais.” É estimado leitor, os tempos estão mudando. Para mim, vale a pena  #ficarligado !!

Tenha e faça um ótimo fevereiro!


Por André Pais Topanotti – Criciúma/SC – 11/02/2014.

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

O CANTINHO DA FOFOCA

Comentário de Max Gehringer sobre um ouvinte que não participa de encontros de colegas para falar mal da empresa e por isso está sendo excluído do grupo.
 
"Vivo uma situação desconfortável", um ouvinte escreve e explica: "Em meu departamento ocorrem dois pequenos encontros diários de colegas. Um pela manhã e outro a tarde, na salinha do café, para criticar ações de outros setores ou para ridicularizar os chefes e os diretores. Esses encontros são um festival de gargalhadas, com todos falando alto e procurando encontrar o maior número possível de defeitos nas pessoas e na empresa. Eu sou sério e esse tipo de comportamento não tem nada a ver comigo. Por isso nunca compareço aos encontros. O resultado é que fui colocado para escanteio. Desconfio que alguns colegas até suspeitem que eu seja uma espécie de informante da chefia. Como posso contornar essa situação desagradável?"

Sem dúvida, comparecendo aos encontros, ouvindo as bobagens que são faladas e rindo delas. O que você descreveu me parece muito mais uma brincadeira para amenizar a pressão do ambiente de trabalho do que uma demonstração de falta de apreço para com a empresa. Até me dá a impressão daquelas conversas de domingo em família, nas quais os parentes ausentes são motivos de críticas e piadas, sem que isso vá afetar a harmonia familiar quando todos se encontrarem.

Eu já mencionei outras vezes que um funcionário não conseguirá impor o seu estilo pessoal se ele agir de modo muito diferente dos demais colegas. Se esses encontros que você menciona já se tornaram uma rotina e se o desempenho da empresa nunca foi afetado por eles, a conclusão é a de que eles são inofensivos. E não vale a pena você criar um distanciamento por ser o único a desaprová-los.

Max Gehringer, para CBN - 07/02/2014.