Quem sou eu

Minha foto
O objetivo deste blog é discutir idéias, expor pontos de vista. Perguntar mais do que responder, expressar mais do que reprimir, juntar mais do que espalhar. Se não conseguir contribuir, pelo menos provocar.

domingo, 19 de abril de 2015

POR QUE INTELECTUAIS ODEIAM O CAPITALISMO?

Essa pergunta foi elaborada por um dos maiores economistas do século passado: Von Mises. Quero voltar a essa pergunta pois estamos sendo constantemente expostos a intelectuais – seja nas universidades, seja na mídia – fazendo críticas ásperas ao regime que mais riqueza e bem estar trouxe à humanidade. Se o regime capitalista é tão bom, então por que os intelectuais odeiam o capitalismo?

Uma característica importante do capitalismo é que NEM SEMPRE os melhores ganham mais dinheiro. Por exemplo, se Mozart vivesse hoje é bem provável que estivesse fazendo shows por um preço menor que o cobrado por Madona. Se Shakespeare estivesse vivo é provável que vendesse menos livros que Paulo Coelho. No capitalismo, cada um recebe de acordo com sua capacidade de satisfazer o mercado. Em algumas situações o gosto do mercado talvez não seja o mesmo compartilhado pelos intelectuais, assim pode acontecer do mercado pagar altos salários para indivíduos considerados menos talentosos.

Em vista do parágrafo acima, muitos intelectuais se sentem desprezados pelo mercado. Não aceitam o fato de que seus alunos – que acreditam terem menos conhecimento do que eles – são capazes de receber salários maiores. Tais intelectuais não aceitam o fato de que pessoas que eles julgam incompetentes possam ter sucesso no mercado. O exemplo mais claro disso é a agressividade que a Academia Brasileira de Letras demonstra com o escritor brasileiro de maior sucesso dos últimos tempos: Paulo Coelho.

São pelo menos mais 5 anos de estudos intensivos após a graduação para se formar um doutor. Durante esse tempo, o futuro doutor adquire conhecimentos que estão muito além da média da população. Ele tem tempo para se orgulhar de si mesmo e de se imaginar fazendo contribuições significativas para a humanidade. Mas quando finalmente termina seu doutorado, o intelectual é exposto ao mundo; e a verdade é que muitas vezes o mercado não valoriza o conhecimento que ele adquiriu. Resultado: ele receberá um baixo salário. Mais que isso, não receberá homenagens da sociedade, não será entrevistado por jornais, e tampouco irá influir na trajetória política do país. Isso é um duro golpe para o ego de muitos que se imaginam superiores.

O intelectual muitas vezes oferece um produto para o qual não há grande interesse na sociedade. Não que seu produto não seja importante, apenas não há demanda para ele. Assim, após anos de sofrimento (noites sem dormir, pouco dinheiro, etc.) o intelectual descobre que pessoas que estudaram muito menos não só ganham muito mais, como também têm mais prestígio. A mente do intelectual começa então a procurar culpados. Por que ninguém lhe dá o salário que ele julga merecer? Por que a sociedade não lhe presta o devido respeito? Por que sua opinião pouco importa para os outros? Existem várias respostas possíveis para essas perguntas. Mas uma parcela expressiva desses intelectuais irá culpar o capitalismo. Por culpa da sociedade materialista eles não recebem a devida admiração.

Muito do ódio dos intelectuais ao capitalismo não passa de puro despeito. Muito do ódio que os intelectuais devotam ao capitalismo deve-se ao fato desse sistema tratar um intelectual EXATAMENTE da mesma maneira que trata um analfabeto. Verdadeira heresia para alguns intelectuais que acreditam serem merecedores de um tratamento privilegiado. No sistema capitalista os indivíduos recebem de acordo com sua produção, de acordo com sua capacidade de satisfazer as demandas da sociedade, e não por títulos acadêmicos.


POR ADOLFO SACHSIDA
Fonte: http://bdadolfo.blogspot.com.br/2007/08/por-que-os-intelectuais-odeiam-o.html

sábado, 11 de abril de 2015

SER PAI É FAZER CONTAS

Nesse começo de ano já foram a rematrícula, os novos materiais, uniformes que caibam nas crianças sem deixar a barriga aparecendo, como estava acontecendo no final do ano passado. Separei uma grana pro lanche, comprei uma mochila nova depois de um ano ouvindo lamúrias. Falta o transporte escolar, o livro de inglês que ainda não chegou na livraria e estou considerando cortar a Net, mesmo sabendo que uma viciada em Peppa Pig pode se tornar perigosa com a abstinência. Mas a verdade é que está caríssimo ser pai.

Multiplique esses gastos por doze meses, e esses doze meses por cerca de vinte e cinco anos e teremos calculado o custo de um filho, que deve ser mais de dois milhões de reais, e não estou colocando aí nenhum casamento chique nem os gastos com a lataria do meu carro, nos primeiros anos de direção das crianças. São dois milhões de reais que estou investindo com a esperança de que sejam pessoas brilhantes, mudem o mundo, descubram a cura do câncer. Estou investindo essa dinheirama para ser acordado de madrugada porque as meninas estão com medo do escuro. Estou pagando pra pegar trânsito no primeiro dia de aula.

Estou pagando para ver apresentações de final de ano. Estou pagando por desenhos feitos só com uma cor, onde apareço sem nariz. Estou pagando satisfeito por isso, preciso dizer. Estou pagando esta dinheirama para ser chamado de herói quando mato uma barata. Estou pagando essa pequena fortuna para pegar a bola que caiu no terreno do vizinho e ser aplaudido pelas pequenas. Estou pagando para saber tudo, sobre todas as coisas, e ter respostas para todas as perguntas. Estou pagando até barato por isso.

Estou pagando uma pechincha por abraços. Cada abraço de uma menina de três anos me economiza uma fortuna que eu gastaria com psiquiatras. Cada beijo de boa noite me alivia a conta do cardiologista. Cada "eu te amo" me afasta do hospital. É um achado o que estou pagando por tudo isso. Que sorte gigantesca ter achado essa barbada. Que promoção maravilhosa, essa de ser pai.


Por MARCOS PIANGERS
Fonte: https://www.facebook.com/MarcosPiangers