Decididamente meu ouvido anda crítico demais, e para ajudar meus olhos não veem as coisas como há alguns anos atrás. O filósofo
Heráclito puxar-me-ia pelos cabelos e diria: "Tolo! Não és o mesmo homem, nem estás
no mesmo rio...” Mesmo que alguns me lembrem que trabalho com pessoas a quase
20 anos, entre programas de qualidade, certificações ISO, sala de aula, treinamento, recursos humanos e segurança no trabalho, eu não sou mais o mesmo e as circunstâncias que envolvem
as pessoas e seu contexto também não são mais as mesmas. Não adianta
reclamarmos queridos amigos de RH, líderes, gerentes e diretores, que os jovens desta geração são diferentes, não respeitam hierarquias, não dão a mínima para as “horripilantes” advertências. Para nós, os céticos da geração "X"
ou os antecessores Baby Boomers, "levar gancho" e "assinar livro negro" funcionou barbaridade! Hoje não mais. Vamos mudar de estratégia para
comprometer as pessoas, ou inventar de vez processos que não dependam de
pessoas, como ouvi de um colega gerente de produção de uma empresa de São Paulo.
Pode?! Pena que ainda “pode”.
Insisto em falar da mudança que
estamos passando nesta geração, pois o problema está se estendendo inclusive
nas esferas jurídicas, nas agremiações, igrejas e onde mais houver uma “tal”
hierarquia estabelecida e um poder sendo exercido: Cabe uma reflexão de como
este poder se movimenta, como ele envolve ou compromete seus liderados. Para
ilustrar este pensamento, neste final de semana conversei demoradamente com um
gestor de RH de uma empresa do norte do estado (SC) que me relatou um problema que
está vivendo o sindicato dos trabalhadores do ramo em que sua empresa atua. Diz
meu competente colega que o sindicato têm sofrido com uma baixa de ‘renda’ por
conta da desistência sistemática de profissionais da contribuição ‘espontânea’
de um dia extra de trabalho da folha de pagamento das pessoas vinculadas àquela
classe. Contou-me o colega que o sindicato têm pressionado as empresas acusando
seus “RH´s” de retaliação ao sindicato, porém ignoram o fato de que dia após
dia os novos ‘profissionais’ têm sido mais críticos, cobrando principalmente “retorno”
de suas contribuições em forma de benefícios “palpáveis”. Desconto sem
contrapartida companheiro... Esquece!! #tamufora diria a galera desta nova
geração de profissionais aos sindicalistas da era dos dinossauros que pensam
que basta um megafone e um discurso inflamado ao som de “...ala pucha tchê, não se
assustemo...” para mobilizar esta gurizada high-tech.
O que mais pesou, em especial na
empresa deste meu consternado colega, foi que no ano de 2012 houve um princípio
de greve. Em assembleia, resultado apertado em favor da greve, os sindicalistas
foram para frente da empresa e fecharam seu portão principal.
Negociações acaloradas para garantir que algumas pessoas pudessem entrar e
conseguir pelo menos avisar os clientes e tomar as medidas necessárias para
manter a segurança na mesma, 15 pessoas foram autorizadas a entrar. No momento
em que estes ‘companheiros’ perfilaram para passar pelo portão, um ‘corredor polonês’ se
formou com sindicalistas acalorados que em gritos de ordem bradavam para outros
colegas da fila polonesa que empunhavam algumas câmeras digitais: “Filma bem... bate foto aí... esses são os
pelegos que não merecem aumento!!”
Disse o indignado gestor que depois foi
procurado por alguns daqueles profissionais que declararam terem se sentido ameaçados pelos
companheiros do sindicato, e questionaram se eles poderiam ter agido daquela forma, com câmeras e palavras de baixo calão. Para eles, isso seria assédio, certo? Tive que ‘tirar
o chapéu’ para a resposta do meu amigo: “Fulano, assédio moral existe lei clara que pune a
empresa e seus líderes, caso ocorra fatos semelhantes. Agora Assédio Sindical não
existe amigo. Pode ir trabalhar tranquilo pois o que você acabou de passar na
frente do portão não passa de lendas e estórias que a classe burguesa inventa para
desmoralizar os movimentos sociais.” É estimado leitor, os tempos estão
mudando. Para mim, vale a pena #ficarligado !!
Tenha e faça um ótimo fevereiro!
Por André Pais Topanotti – Criciúma/SC – 11/02/2014.
Tenha e faça um ótimo fevereiro!
Por André Pais Topanotti – Criciúma/SC – 11/02/2014.
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