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O objetivo deste blog é discutir idéias, expor pontos de vista. Perguntar mais do que responder, expressar mais do que reprimir, juntar mais do que espalhar. Se não conseguir contribuir, pelo menos provocar.

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

ASSÉDIO SINDICAL

Decididamente meu ouvido anda crítico demais, e para ajudar meus olhos não veem as coisas como há alguns anos atrás. O filósofo Heráclito puxar-me-ia pelos  cabelos e diria: "Tolo! Não és o mesmo homem, nem estás no mesmo rio...” Mesmo que alguns me lembrem que trabalho com pessoas a quase 20 anos, entre programas de qualidade, certificações ISO, sala de aula, treinamento, recursos humanos e segurança no trabalho, eu não sou mais o mesmo e as circunstâncias que envolvem as pessoas e seu contexto também não são mais as mesmas. Não adianta reclamarmos queridos amigos de RH, líderes, gerentes e diretores, que os jovens desta geração são diferentes, não respeitam hierarquias, não dão a mínima para as “horripilantes” advertências. Para nós, os céticos da geração "X" ou os antecessores Baby Boomers, "levar gancho" e "assinar livro negro" funcionou barbaridade! Hoje não mais. Vamos mudar de estratégia para comprometer as pessoas, ou inventar de vez processos que não dependam de pessoas, como ouvi de um colega gerente de produção de uma empresa de São Paulo. Pode?! Pena que ainda “pode”.
 
Insisto em falar da mudança que estamos passando nesta geração, pois o problema está se estendendo inclusive nas esferas jurídicas, nas agremiações, igrejas e onde mais houver uma “tal” hierarquia estabelecida e um poder sendo exercido: Cabe uma reflexão de como este poder se movimenta, como ele envolve ou compromete seus liderados. Para ilustrar este pensamento, neste final de semana conversei demoradamente com um gestor de RH de uma empresa do norte do estado (SC) que me relatou um problema que está vivendo o sindicato dos trabalhadores do ramo em que sua empresa atua. Diz meu competente colega que o sindicato têm sofrido com uma baixa de ‘renda’ por conta da desistência sistemática de profissionais da contribuição ‘espontânea’ de um dia extra de trabalho da folha de pagamento das pessoas vinculadas àquela classe. Contou-me o colega que o sindicato têm pressionado as empresas acusando seus “RH´s” de retaliação ao sindicato, porém ignoram o fato de que dia após dia os novos ‘profissionais’ têm sido mais críticos, cobrando principalmente “retorno” de suas contribuições em forma de benefícios “palpáveis”. Desconto sem contrapartida companheiro... Esquece!! #tamufora diria a galera desta nova geração de profissionais aos sindicalistas da era dos dinossauros que pensam que basta um megafone e um discurso inflamado ao som de “...ala pucha tchê, não se assustemo...” para mobilizar esta gurizada high-tech.
 
 
O que mais pesou, em especial na empresa deste meu consternado colega, foi que no ano de 2012 houve um princípio de greve. Em assembleia, resultado apertado em favor da greve, os sindicalistas foram para frente da empresa e fecharam seu portão principal. Negociações acaloradas para garantir que algumas pessoas pudessem entrar e conseguir pelo menos avisar os clientes e tomar as medidas necessárias para manter a segurança na mesma, 15 pessoas foram autorizadas a entrar. No momento em que estes ‘companheiros’ perfilaram para passar pelo portão, um ‘corredor polonês’ se formou com sindicalistas acalorados que em gritos de ordem bradavam para outros colegas da fila polonesa que empunhavam algumas câmeras digitais: “Filma bem... bate foto aí... esses são os pelegos que não merecem aumento!!”
 
Disse o indignado gestor que depois foi procurado por alguns daqueles profissionais que declararam terem se sentido ameaçados pelos companheiros do sindicato, e questionaram se eles poderiam ter agido daquela forma, com câmeras e palavras de baixo calão. Para eles, isso seria assédio, certo?  Tive que ‘tirar o chapéu’ para a resposta do meu amigo: “Fulano, assédio moral existe lei clara que pune a empresa e seus líderes, caso ocorra fatos semelhantes. Agora Assédio Sindical não existe amigo. Pode ir trabalhar tranquilo pois o que você acabou de passar na frente do portão não passa de lendas e estórias que a classe burguesa inventa para desmoralizar os movimentos sociais.” É estimado leitor, os tempos estão mudando. Para mim, vale a pena  #ficarligado !!

Tenha e faça um ótimo fevereiro!


Por André Pais Topanotti – Criciúma/SC – 11/02/2014.

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