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O objetivo deste blog é discutir idéias, expor pontos de vista. Perguntar mais do que responder, expressar mais do que reprimir, juntar mais do que espalhar. Se não conseguir contribuir, pelo menos provocar.

quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

LINCOLN, OBAMA E BONO

Obama não tem nada a ver com Lincoln. Ele quer se vender como o Lincoln negro, mas é festivo demais para sê-lo. Ele é um Carter que tem a sorte de ser negro. Obama é um presidente fraco, demagogo e oportunista. O Chávez dos EUA (apesar de que Chávez tem mais "cojones" do que Obama). Compará-lo a Lincoln é uma piada. Obama está mais para Bono Vox, que ganha muita grana com fotos de crianças da África, dizendo coisas "legais" para gente que tem uma visão de mundo de 12 anos de idade, coisa em voga hoje.

Lincoln foi um presidente que levou os Estados Unidos a uma guerra que matou cerca de 2 milhões de americanos, uma "sangueira patriótica", como dizia o crítico Edmund Wilson. A Guerra de Secessão, o Norte contra o Sul, não foi uma disputa ao redor da abolição da escravidão nos EUA. O que estava em jogo não era a escravidão acima de tudo, era o Sul querer sair da União. Era o Sul querer ser livre para seguir seu modo de vida pré-moderno. Mesmo se os confederados (o Sul) tivessem aberto mão dos escravos, Lincoln os teria devastado, porque o que estava em questão era o controle político e militar do território e a expansão do modo moderno de economia e sociedade.

Incrível como o pensamento público cai nesse papo de Lincoln "liberal". Ser abolicionista na época não era ser liberal; no Brasil, o conservador Joaquim Nabuco foi abolicionista. A "inteligência liberal" deve deixar Lênin, Stálin e Fidel, nada festivos, muito irritados. Lincoln está mais para Bibi Netanyahu, primeiro-ministro de Israel, do que para Obama. Lincoln invadiria os territórios palestinos e os anexaria. A guerra foi o modo pelo qual o Norte, industrializado, capitalista, cético, materialista, portanto, moderno, invadiu e destruiu a civilização aristocrática, rural, tradicional, pré-moderna sulista. Os "ianques" (o Norte) conquistaram o Sul, assim como espanhóis, portugueses, ingleses e franceses conquistaram as Américas e a África. Os confederados queriam a independência. Lincoln disse "não, o Sul também é nosso", e levou os EUA à guerra que fez do país definitivamente uma nação moderna. Lincoln era um cabra macho. Os "ianques" massacraram o Sul, roubaram suas terras, mataram seus homens, violentaram suas mulheres. Soldado sempre foi para guerra para ganhar dinheiro e violentar as mulheres dos vencidos. Foi nessa guerra que inventaram a metralhadora, para matar mais gente de modo mais eficaz.

Obama não seria capaz disso porque ele gosta de coquetel beneficente e falar para jovens sobre música afro-americana. Ele jamais tomaria uma decisão como essa, ele é fraco demais (paralisou os EUA no Oriente Médio), preocupado em agradar o marketing liberal americano ("liberal" é "progressista" nos EUA) e passar para a história como o cara mais legal da América. O máximo que ele faria seria levar os americanos para um show do Bono Vox. Se Obama não fosse o primeiro presidente negro da história, não teria sido reeleito, e depois de 48 horas do término do seu mandato seria esquecido na lata de lixo da história. Sua relação com Lincoln é a ideia de que ele seria um presidente a deixar uma América "liberal", assim como Lincoln. Mas Lincoln não era "liberal", ele não queria que os EUA perdessem território e grana. Acho importante que as pessoas sejam iguais perante a lei, pouco importa se são héteros ou homos. 

Minha crítica ao Obama não está em seu possível legado "progressista" (que não é dele, mas dos Kennedy) em termos políticos, mas sim a sua ideia errada de que os EUA devam seguir um modelo europeu centralizador. Os EUA são o que são porque nunca foram centralizadores, e o governo nunca esmagou o cidadão comum fazendo dele um retardado mental econômico e moral como no Estado de bem-estar social europeu. O problema com Obama é sua têmpera "liberal". Esta têmpera, cozida em campus acadêmico, gosta de festa, greves de estudantes e professores (ninguém está nem aí para esse tipo de greve porque a sociedade no seu dia-a-dia passa muito bem sem alunos e professores universitários) e boa vida.

Por Luiz Felipe Pondé - Folha de SP - 28/01/2013

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

A TRAGÉDIA

 
Por Fabrício Carpinejar.

Morri em Santa Maria hoje. Quem não morreu? Morri na Rua dos Andradas, 1925. Numa ladeira encrespada de fumaça.

A fumaça nunca foi tão negra no Rio Grande do Sul. Nunca uma nuvem foi tão nefasta.
 
Nem as tempestades mais mórbidas e elétricas desejam sua companhia. Seguirá sozinha, avulsa, página arrancada de um mapa.

A fumaça corrompeu o céu para sempre. O azul é cinza, anoitecemos em 27 de janeiro de 2013.

As chamas se acalmaram às 5h30, mas a morte nunca mais será controlada.

Morri porque tenho uma filha adolescente que demora a voltar para casa.

Morri porque já entrei em uma boate pensando como sairia dali em caso de incêndio.

Morri porque prefiro ficar perto do palco para ouvir melhor a banda.

Morri porque já confundi a porta de banheiro com a de emergência.

Morri porque jamais o fogo pede desculpas quando passa.

Morri porque já fui de algum jeito todos que morreram.

Morri sufocado de excesso de morte; como acordar de novo?

O prédio não aterrissou da manhã, como um avião desgovernado na pista.

A saída era uma só e o medo vinha de todos os lados.

Os adolescentes não vão acordar na hora do almoço. Não vão se lembrar de nada. Ou entender como se distanciaram de repente do futuro.

Mais de duzentos e cinquenta jovens sem o último beijo da mãe, do pai, dos irmãos.

Os telefones ainda tocam no peito das vítimas estendidas no Ginásio Municipal.

As famílias ainda procuram suas crianças. As crianças universitárias estão eternamente no silencioso.

Ninguém tem coragem de atender e avisar o que aconteceu.

As palavras perderam o sentido.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

"DISLIKE"

Grata surpresa a minha em ouvir a crônica desta jovem escritora na Rádio Novo Tempo em Curitiba no dia 09/01/2013. O nome dela: Fabiana Bertotti. Texto leve e inteligente. Vale a pena a leitura!
André Topanotti

Você se sente confortável discordando? Eu não. Estou quase a me achar um ET por conta disto. Acho que é o mal da geração “curtir” do Facebook e todas as outras redes sociais. Outro dia, conversando com uma pessoa recebi a cobrança: “Você não curtiu minha última foto no Instagram!”. Ao que respondi: “não mesmo, não achei legal. Tinha que curtir mesmo assim?”. Ela se ofendeu.
Numa outra ocasião um colega me disse que curtia tudo o que seus “amigos” postavam, pois era uma política da boa vizinhança. Eu me equivoquei neste ambiente virtual, então. Achei que deveria curtir o que realmente eu tivesse curtido, oras. Não vou dizer que gostei do que de fato não gostei. Parece tão óbvio para mim. Mas não é. E fora da rede, o esquema é meio assim também.
A amiga que não quer uma resposta sincera quanto ao vestido horroroso, a esposa que quer elogio, mesmo com o feijão queimado, a mãe que exige o sorriso, ainda que a alma chore. É uma coisa esquisita esta de ter que concordar, para não se apartar, como se a nossa opinião sincera não contasse, como num caldo insosso onde o tempero comete o pecado de chamar a atenção.
Não sei como isto começou, se foi de agora ou de muito antigamente, se foi intencional, provocada ou destas “evoluções” humanas. Contudo, cá comigo tenho mesmo a convicção de que não preciso me adequar, não de fato. Do mesmo jeito que preciso me confortar pelos que de mim não gostam, eles que se adequem por deles eu não gostar, ué. Como diz um ditado: Onde dois concordam sempre, um está sobrando.
Ah, sinta-se livre para “dislike”.

Por Fabiana Bertotti - 18-08-2012
Fonte: http://fabianabertotti.com/2012/dislike/


terça-feira, 22 de janeiro de 2013

HOMENS QUE NÃO BANCAM

Em dias de preguiça de verão, vi um filme desses de cujo nome ninguém se lembra. Férias devem ser assim: nada fazer e quando fizer, fazer nada. Mede-se a liberdade de uma pessoa pela capacidade que ela tem de fazer nada nas férias sem sentir aquele apelo de classe média de "fazer algo nas férias". Mas eis que um filme me chamou atenção pela temática: o problema que é quando o homem vive sustentado pela mulher. O personagem em questão pergunta para uma advogada que o está defendendo num caso: por que homens aos montes sustentam financeiramente mulheres, e o contrário é visto com maus olhos? A questão é que homens que pegam dinheiro de mulher são vistos como maus-caracteres. E ponto final. Não seria esse mais um preconceito que deveríamos combater, assim como achar que os ratinhos não têm alma?

Antes de tudo, devo avisar às sargentas de plantão de que pouco importa que estatísticas apontem muitos casos de mulheres que sustentam famílias nas classes C e D (normalmente são mães sozinhas). Quando eu era estudante de medicina na Universidade Federal da Bahia e dava plantão em cidades paupérrimas no interior do Estado, atendia quatro mulheres ao mesmo tempo (aquele tipo de experiência que a esquerdinha dos jantares inteligentes paulistanos morreria de medo de ter, mas mente dizendo que se importa com o sofrimento no mundo). Mulheres assim se apresentavam como "largadas de marido". Tampouco os "inteligentezinhos" devem perder seu tempo falando que seu terapeuta corporal vive muito bem cozinhando para a esposa médica na casa deles em Cotia. A questão do personagem merece atenção para além das modinhas. Homens assim são chamados "homens que tiram dinheiro de mulher". A questão é: por que ainda hoje homens assim são malvistos? Por que se olha para eles com suspeita de que sejam maus-caracteres?

Claro que existem exceções, isto é, casais que vivem bem com arranjos assim; mas o fato é que esses arranjos costumam ter prazo de validade curto. E muitas brigas versam sobre essa "situação". Esse normalmente é aquele tipo de tema sobre o qual não se fala em famílias educadas ou entre pessoas que fingem que o mundo mudou depois dos anos 1960. Este tipo então é muito engraçado.

A verdade é que, mesmo que bem-sucedidas, mulheres que sustentam seus parceiros sentem, no silêncio do cotidiano, ou na agonia de ter que pagar as contas no final mês, um gosto amargo de solidão na boca. Seria idiota imaginar um homem que sustenta sua mulher sofrer por se sentir "só" na função de provedor da família. Por que as mulheres se sentem sozinhas nessa situação, e os homens não? Mas nossa heroína se pergunta: será que eu não mereço mais? Por que justo eu não consigo que meu parceiro me "banque"? O mais duro é que mesmo em casos comuns nos quais os casais dividem os gastos, essas mulheres, que dividem os gastos, também "invejam" aquelas que têm maridos que "bancam".

Há casos em que mesmo que elas não precisem, gostariam de ter maridos que "banquem". Eis o príncipe eterno. Todas o querem. Aliás, o verbo "bancar" (e sua ambiguidade entre "sustentar", "enfrentar situações difíceis" e o substantivo "banco", lugar de dinheiro) vem muito a calhar. É comum dizer que, em casos nos quais a mulher tem muita grana, isso nunca é um problema. Acho que sim, mas nem tanto. Se ele não a banca financeiramente, porque ela de fato não precisa, ele terá que bancá-la em outro lugar. A mulher sempre quer "ser bancada".

O incômodo feminino com homens "que não bancam" parece passar não só pela falta de grana (essa é apenas a mais universal das referências), mas essencialmente pelo problema do homem que "não tem atitude". "Ele podia pelo menos se mexer...", diria nossa heroína. Logo ela perderá o respeito por ele. Seria a causa biológica ou cultural? Se a mulher séria tem de provar que não dá por aí, o homem sério tem de provar que não quer pegar dinheiro de mulher. Eis dois limites do blá-blá-blá contemporâneo. Mesmo que façam pose de bem resolvidas bancando seus homens, essas mulheres sofrem com isso e estão mentindo.

Por Luiz Felipe Pondé - Folha de SP - 21-01-2013

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

MINHA "FACE"

Na década de oitenta, a popularização do telefone possibilitou ao ser humano uma maior conectividade. Nos anos noventa, o telefone móvel e o computador passaram a fazer parte da vida das pessoas, tornando-as mais próximas. No fim dos anos noventa e início do século vinte e um, com a popularização da internet boa parte das pessoas teve acesso a um novo mundo: o digital. Através do mundo digital as possibilidades de comunicação se tornaram praticamente infinitas, onde uma pessoa pode instantaneamente se comunicar com uma pessoa do outro lado do mundo.

Na carona da conectividade surgiram sites especializados em criar teias de relacionamento, as redes sociais, sendo que o primeiro a se popularizar foi o Orkut. Este site foi criado em 2004 e leva o nome de seu criador, o engenheiro Turco Orkut Büyükkökten. Nesse site as pessoas criavam contas onde disponibilizavam uma série de informações suas que eram compartilhadas com pessoas que faziam parte de sua rede de relacionamento, os amigos. Essa ferramenta rapidamente se tornou febre pelo mundo, mas realmente ficou famosa no Brasil, onde chegou a deter cinqüenta por cento de seus usuários. Na carona do Orkut surgiu o Facebook, este criado por Zuckerberg,em 2004, junto com Dustin Moskovitz e Eduardo Saverine Chris Hughes, quando eram estudantes da Universidade Harvard. O Facebook, assim como o Orkut segue a mesma linha, onde pessoas colocam seus conteúdos, os quais são compartilhados com os amigos.

Com a criação desses sites, abriu-se a possibilidade de um novo modo de se expressar e se expor, ou seja, foi criado um novo canal de comunicação, mas também de exposição da pessoa.

Em Filosofia Clínica temos um tópico, assim como um submodo, que são chamados de Expressividade. De forma sucinta, Expressividade é a parte da clínica filosófica que se ocupa em saber o quanto de mim está naquilo que comunico. Relacionando a febre das redes sociais e a expressividade pode ser proposta a questão: quanto daquilo que é postado no Facebook realmente representa quem você é? Quando uma pessoa posta seu conteúdo ela pode ou não estar falando muito de si mesma, algumas pessoas apenas encontraram neste site uma maneira de construírem a sua verdadeira “Face”.


Muitos ao serem interpelados em torno do que postam, curtem, comentam ou compartilham dizem ser apenas brincadeira. Mas, seria interessante pensar o quando sua “Face” pode ficar evidente para quem nunca te viu. Você pode dizer que aquilo que se encontra no seu Facebook não é você, mas quem não conhece e avalia pelo que é postado, curtido, comentado ou compartilhado pode não achar a mesma coisa. Pense que postar seria o mesmo que dizer, pintar, cantar, ou seja, comunicar a uma outra pessoa seus conteúdos. No Facebook se comenta para centenas. Veja que interessante, tudo o que você disser pode ser usado contra você por centenas de pessoas de uma forma facilitada, pois está documentado.

Além de se postar, que seria o equivalente ao falar, ainda se pode curtir, ou seja, aprovar o que outras pessoas postam. Assim, ao curtir você está dizendo que aprova, que é isso mesmo, que é legal. Nos comentários, cada um coloca claramente sua opinião. Por fim compartilhar, sendo que muitas pessoas não têm a menor ideia do que isso quer dizer: compartilhar que dizer fazer parte daquilo. A atitude de compartilhar é dizer que aquilo que a pessoa postou também está em você e você oferece isso aos outros, ou seja, o que você compartilha pode ser a sua “Face” diante dos seus “amigos”.

Por Rosemiro A. Sefstrom
Fonte: http://www.filosofiaclinicasc.com.br/artigo/minha-face-147


quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

ERROS FATAIS EM ENTREVISTAS

 
Além de um currículo atraente, o comportamento apresentado na entrevista de emprego pode ser decisivo para conseguir a vaga desejada. Mostrar-se desinteressado e errar na linguagem corporal podem ser erros considerados 'fatais" por recrutadores, de acordo com uma pesquisa da CareerBuilder.
 
As principais falhas apontadas por cerca de 60% dos entrevistados são deixar de demonstrar interesse pela vaga, atender o telefone ou mandar mensagens de celular durante a entrevista e vestir-se de forma imprópria. Falar mal da empresa em que trabalha ou do ex-empregador foi considerado prejudicial por 58% dos recrutadores e não ser capaz de fornecer exemplos concretos quando questionado, por 34%. A pesquisa falou com 2.600 gerentes e 3.900 funcionários americanos.
 
A linguagem corporal também é importante: Para 72%, evitar olhar o entrevistador nos olhos durante a entrevista é fatal; Não sorrir em nenhum momento é um erro grave de acordo com 42%, e um número parecido (38%) acha que uma postura ruim também pode custar o emprego. Por fim, é bom prestar atenção até no aperto de mão, já que 28% acham que, se o gesto não demonstrar força, o candidato tem menos chances.
 
"Uma entrevista de emprego pode ser uma das experiências mais desesperadoras que há, então é importante planejar e treinar", diz a vice-presidente de RH da CareerBuilder, Rosemary Haefner. Como dica de preparação, ela sugere que o candidato simule uma entrevista com algum amigo, para treinar as respostas tanto de questões esperadas quanto de perguntas surpresas. "Pesquise a empresa antes e pense em respostas que incorporem a sua experiência prévia. Quanto mais preparado estiver, mais difícil será cometer erros", diz.
 
A preparação pode ser importante para evitar alguns erros inusitados de candidatos, que foram citados pelos recrutadores que participaram da pesquisa como os mais estranhos de 2012. Confira alguns:
 
- O candidato disse que precisou deixar um emprego em um banco porque ele se sentia constantemente tentado a roubar dinheiro;
- O candidato negou que estava com o celular mesmo quando era possível ouvir o aparelho tocando na pasta dele;
- A candidata pegou todas as balas disponíveis em uma jarra na sala do recrutador e guardou-as no bolso;
- O candidato comentou que faria tudo o que fosse necessário para fazer o trabalho - dentro ou fora da lei;
- O candidato abraçou o presidente da empresa;
- A candidata pediu para adiar o início do emprego para poder receber presentes de fim de ano na empresa em que estava.
 
Fonte: Folha de SP - 10/01/2013

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

LÁGRIMAS POR UM PANDA

Em 500 anos, não seremos lembrados como a geração do iPad, porque ele será mais parecido com a idade da pedra do que com o que existirá em termos de tecnologia. Seremos lembrados como a era da vulnerabilidade e do sentimentalismo barato. Somos uma cultura de frouxos viciados em conforto, que se lambem o tempo todo e culpam os outros por tudo.

Proponho a leitura de dois livros que ainda não têm tradução para o português (até onde sei), infelizmente. O primeiro, já antigo, de 2004, do sociólogo inglês Frank Furedi, "Therapy Culture: Cultivating Vulnerability in an Uncertain Age" (cultura da terapia: cultivando a vulnerabilidade numa era incerta), ed. Routledge, London.

O segundo, de 2011, do psiquiatra inglês (já falei dele nesta coluna e vou repetir mil vezes até alguma editora se tocar e publicá-lo no Brasil) Theodore Dalrymple, "Spoilt Rotten: The Toxic Cult of Sentimentality" (podre de mimado: o culto tóxico do sentimentalismo), da Gibson Square, London. Furedi é um egresso da formação frankfurtiana, portanto, de esquerda, mas com forte influência do trabalho do historiador americano Christopher Lasch, um dos desbravadores da categoria de narcisismo como matriz da alma contemporânea. Dalrymple, psiquiatra de cadeias e hospitais dos pobres ingleses, que atuou anos na África, identificado com o pensamento conservador anglo-saxão, explode muitas das soluções da psicologia social foucaultiana a partir de sua experiência clínica: as pessoas não são vítimas de sistema nenhum, e o serviço público, quando institucionaliza esta crença idiota no "sistema", faz das pessoas retardados morais.

Já é hora de ultrapassarmos a barreira da ignorância alimentada pela esquerda brasileira, que gosta de identificar o pensamento conservador anglo-saxão com fascismos racistas, religiosos e sexistas. Pura má-fé deles. Estão morrendo de medo de quem não tem mais medo deles. Risadas?

A marca do pensamento conservador anglo-saxão é seu empirismo cético contrário às especulações que marcam a crítica social francesa e alemã do século 20. Como diz a historiadora conservadora americana Gertrude Himmelfarb, "a realidade não parece encorajar especulações". Esquerda e direita podem, sim, dialogar quando não está em questão "propor" mundos ideais, mas sim identificar nossas misérias contemporâneas.

Mas o que vem a ser a cultura da terapia e seu culto da vulnerabilidade (Furedi)? Trata-se da contaminação da cultura pela ideia de que todos temos problemas e devemos confessá-los publicamente, e, por isso mesmo, somos vítimas eternas.

Ninguém é, de fato, responsável pelos males que faz, mas sim vítima de "problemas psicológicos ou sociais". Vejamos dois exemplos dados por Furedi em seu livro. O primeiro se dá no Reino Unido. Empregado negro acusa patrão de racismo. Abre um processo. Apesar de outros empregados afirmarem nunca terem visto atitudes racistas no patrão, ele é condenado sob a alegação de que, se o empregado negro se sentiu constrangido, é o bastante, porque somos racistas inconscientemente, porque o "inconsciente é ideológico", como numa espécie de doença psicossocial. Hilário, não?


O segundo caso se dá nos EUA. Um bebê é encontrado morto na casa dos pais pela avó materna. A mãe, que estava num bar bebendo com o pai da criança no momento, quando julgada, argumenta que não tinha sido criada pela mãe com o afeto correto, por isso não tinha aprendido a ser mãe. Ridículo?  


E o que vem a ser o culto do sentimentalismo barato (Dalrymple)? Entre vários sintomas, um dos mais fortes se sente na educação. Toda criança é linda, boa e pode amar seus colegas. Hoje em dia, todo mundo tem problema. Um dia, será proibido reprovar um aluno sob pena de que você está sendo insensível para com seus limites psicológicos ou sociais.

Outro sintoma é a obrigação das pessoas mostrarem que "care" (se importam) com alguma coisa. Se você colocar a foto de uma criança africana pobre no "Face", você come (quase) todo mundo. Chore por um panda e defenda o aborto de crianças. Você será top na balada.


Por Luiz Felipe Pondé - Folha de SP - 14/01/2013
Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/luizfelipeponde/1214265-lagrimas-por-um-panda.shtml

MEU JEITO

 
Queridos leitores. Dias atrás fui a um show e encontrei um velho amigo que há muito tempo não via. Ele me perguntou rispidamente porque eu havia me afastado tanto dele. Disse-me que aquela “minha decisão” nos separou a ponto dele não conseguir falar comigo por 10 longos anos.

Contente com o encontro, mas meio constrangido pela pressão, respondi que, naquele momento, minha atitude parecia lógica. Contudo, horas mais tarde, eu percebi que minha decisão contemplava apenas a razão, a minha razão. Hoje compreendo que aquele meu amigo funciona diferente de mim e ele esperava que eu o compreendesse.

Na época, depois do acontecido, eu apenas deixei o rio fluir, a vida continuar. Não havia mais nada a fazer, afinal de contas, a vida não é como eu desejo, a vida é como ela é.

Confesso que se eu tivesse o conhecimento e a maturidade de hoje, certamente teria feito uma recíproca de inversão. Teria, pelo menos, tentado ir ao mundo dele e a decisão provavelmente teria sido diferente. Pelo menos o encaminhamento desta amizade separada seria, no mínimo, diferente.

Hoje eu me pergunto: Por que nos torturamos tanto por algo que não deu certo lá no passado? Por que julgarmos o passado com a maturidade que temos no presente?

Na música My Way, Frank Sinatra canta: “Se eu acertei ou se eu errei, eu fiz do meu jeito”.

Com a maturidade tenho aprendido que tudo isso faz parte do caminho e que não precisamos nos torturar porque cometemos tais erros. Errar faz parte da jornada humana. Muitas vezes só sabemos que estamos crescendo como ser humano quando cometemos erros diferentes.
 
No consultório, tenho recebido pessoas despedaçadas existencialmente e se torturando por decisões feitas lá atrás. Falam da filha grávida que foi embora depois de uma briga e essa mãe, imóvel, pregou-se na cruz durante longos anos sem tomar uma atitude. E a tortura pesava ainda mais por não ter curtido os primeiros anos da neta.

Tenho visto também pessoas culpando os outros, tenho visto corações partidos e o amor transformando-se em raiva, em ódio. Tenho visto mulheres e homens rancorosos porque o casamento acabou após 25 anos, lamentando que não deu certo. Será que duas pessoas que conviveram 25 anos, viveram bons momentos, criaram filhos juntos, podemos dizer que não deu certo? O que é o certo?

Enquanto lamentamos e nos torturamos, deixamos de ver o colorido do mundo que se apresenta a cada manhã. Enquanto julgamos, deixamos de amar.

Para mim, no momento, a vida é boa. Às vezes dura, é verdade, mas boa, muito boa.

É assim como o mundo me parece hoje. E você, o que pensa sobre a sua vida?
 

Por Beto Colombo
Artigo veiculado na Rádio Som Maior FM em 30/09/2011 e publicado no Jornal A Tribuna em 01/10/2011. Artigos inéditos serão veiculados a partir de março de 2013.
 
 

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

O DIA AZEDO

Não sei se isto acontece somente comigo estimado leitor, mas tem dias que eu gostaria muito de ficar na cama até a chatice me largar. Como diria um filósofo popular de origem desconhecida: "Tem dias que é melhor de noite." São aqueles dias que eu mesmo não me suporto. Nestes dias peço gentilmente a Deus para que dê paciência aos que me rodeiam, por que se Ele der algo para mim, certamente eu irei praguejá-Lo. Eu mesmo sei quando acordo 'ácido'. Espero que isto já seja uma pequena evolução. É a partir desta constatação que tenho vivenciado um aprendizado interessante, o qual gostaria de compartilhar com você. Aprendi com estes dias que nada neste plano (mortal) é para sempre. Os momentos bons não duram muito, e mui gratamente, os ruins também passam como o vento da viração (aquele que traz às frentes frias). Quando entendi através do tempo, que tudo é passageiro, passar por momentos ruins se tornou menos traumático. Não resolveu, mas 'amenizou'.

Outra pequena lição destas experiências de lidar com meu mau humor, foi perceber que ao vencer determinadas adversidades, as próximas que foram vivenciadas sempre foram de uma complexidade um pouco maior que a anterior. Isto denotará além de crescimento, um sinal para que o passado nos ensine que os obstáculos são via de regra transponíves, e quando não, no mínimo 'contornáveis'. Lembro que esta é uma experiência pessoal. Outra dica legal para lidar com estas cólicas de mau humor tem sido falar delas com os pares. Dizer que o dia não é 'dos bons', que o tempo está ruim, deixa o outro mais suscetível a relevar o 'azedume' alheio. É claro, o suficiente para que saibam que o sinal está amarelo. Esta comparação com o semáforo retrata bem a necessidade da boa comunicação nestes 'dias ruins': Sinalizam como as coisas fluirão naquele dia, indicando o que 'pode' e o que não pode acontecer, como por exemplo, banir do repertório da conversa fiada, as piadinhas de mau gosto. Este tipo de comunicação evita desde 'esbarroes' banais com danos de pequena monta, até grandes acidentes, que para alguns pode ser fatal e destruir um relacionamento. O cuidado que se deve ter neste caso, é não ser o cara 'chato' que vive dizendo a toda hora que tudo é ruim, o popular "Hardy". Lembrando mais uma vez, esta é a minha opinião a respeito do tema.
 
Outra receita que testei e deu certo foi quebrar a rotina fazendo exercícios físicos. Dia destes cheguei em casa stressado do trabalho e não pensei duas vezes: Pus um tênis e roupa de exercícios e sai de bicicleta. Foi à salvação do dia para minha família. Voltei mansinho e cansado depois de quase 50 km de pedalada.
 
Para finalizar, esta época que acabamos de passar como o final de ano, deveria ser um período para termos mais calma, apreciar o tempo com a família e amigos, porém, sob o signo da sociedade moderna, parece que ocorre justamente o contrário. Se você pensa e percebe que estamos juntos nesta gangorra de emoções, de dias bons como um doce e outros azedos como um limão quente, talvez valha a pena levar em conta algumas destas dicas.
 
Por André Topanotti - 08/01/2013 - Criciúma/SC

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

INTIMIDADE


Duas coisas me encantam: o amor e a intimidade. Sou daquele tipo de pessoa que tem preconceito contra quem não é capaz de se sujar de intimidade.

Sou um homem de obsessões. Uma delas é que não controlamos a vida. Mas, mesmo assim, devemos tentar ter algum controle sobre ela. Ao final, sempre somos derrotados. Se pensarmos nisso, nada vale a pena. Mas, antes da morte, tudo vale a pena justamente porque nunca venceremos a batalha. Não há qualquer outra dignidade na vida além da do herói épico que combate 1 milhão de inimigos.

Revi o maravilhoso "Revelações", com Anthony Hopkins (Coleman Silk) e a bela Nicole Kidman (Faunia Farley). O filme é baseado no romance de Philip Roth "A Marca Humana".

Este romance guarda um segredo que não deve ser revelado, sob pena de destruir seu impacto. Ele devia ser lido por todo mundo acometido da doença do século: a superficialidade de alma. Não se combate essa doença com alguma teoria sobre a vida (como pensam os superficiais ilustrados), mas unicamente com o mais puro impasse.

Silk é um "scholar" de literatura que tem sua vida destruída porque usa a palavra "spook" ("fantasma", mas que tem um segundo possível significado, "negro", no sentido pejorativo) para dois alunos que nunca iam à aula.

Apesar de que ele não os conhecia, e, portanto, não sabia que eram negros, os dois alunos "se ofendem" mortalmente e, por isso, Silk sofre um processo na universidade por racismo. É humilhado por seus colegas. Pede demissão. Sua mulher morre do coração de desespero. Ele tem sua vida arruinada. A universidade, como sempre, quanto se trata de política, é o pior antro de canalhas da face da Terra.

Intelectuais são os "comissários do povo" mais temíveis da história. Comissários do povo eram canalhas comunistas que serviam a ideologia do partido. Intelectual com ideologia deve ser evitado como uma praga.

Sou um vocacionado à tristeza, mas resisto bem. As pessoas a minha volta sempre me salvam, mesmo que sem querer. Livros e filmes como esses me deixam felizes porque vejo neles o que vejo em mim: o sentido da vida que brota do fracasso, do impasse.

Roth sempre narra como indivíduos são esmagados por processos históricos. Neste caso, a hipocrisia neopuritana que se alimenta do antirracismo, fruto imundo da luta pelos direitos civis nos EUA, e que corrói a universidade como uma "peste do bem". Todos devem provar que não têm preconceitos (como em outros tempos teriam que provar a fidelidade ao partido ou a pureza racial) e, por isso, as palavras e os gestos são controlados no detalhe.

Coleman e Faunia se apaixonam. Ele, um velho deprimido ("Graças a Deus inventaram o Viagra"), ela, uma jovem pobre desgraçada, faxineira, com três empregos, que "matou seus filhos" num incêndio, espancada pelo marido, abusada pelo padrasto, abandonada pelos pais.

Todos são contra. Seus amigos, ex-amigos, inimigos, advogado. Ele é acusado de abusar de uma mulher jovem e pobre. Mulheres mais velhas odeiam quando mulheres mais jovens se apaixonam por homens mais velhos. Ela é acusada de querer dar o golpe da barriga. Ele é culto e sofisticado, ela fala "to fuck" ao invés de "fazer amor". Vulgar, se veste mal e limpa a merda dos outros o dia todo, todos os dias.

Mas eles têm aquele tipo de amor que brota dos restos do gozo e da intimidade suja, do afeto úmido que mora entre as pernas das mulheres. Um microcosmo no qual o materialismo vence sua pobreza. Uma vitória do corpo sobre o medo.

O filme é uma profunda prova do fracasso do sentido das coisas. Tudo na narrativa constrói a destruição do sentido da vida. O único lugar onde Coleman e Faunia existem é na solidão gloriosa do sexo.

Num dado momento ela chama a atenção dele para que tudo que existe entre eles é sexo. Ele insiste que não. Ela diz para ele que ele pensa assim porque não faz sexo há muito tempo.

A intimidade física entre uma mulher e um homem é de fato uma das maiores experiência da vida. Em meio aos restos dela, no encontro entre a saliva e o sexo, podemos encontrar alguma alma que valha a pena.
Por: Luiz Felipe Pondé - Folha de SP - 07-01-2013
http://www1.folha.uol.com.br/colunas/luizfelipeponde/1210827-intimidade.shtml

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

ANALÍTICA DE LINGUAGEM

 

Quando a gente coloca uma palavra ou frase de forma consciente, aquelas coisas que a gente fala com conhecimento, pensando naquilo dentro de um determinado contexto e tudo mais, essa frase, essas palavras tem encadeamentos próprios, tem conectivos internos próprios do indivíduo. Se eu falo assim para você: a brisa, a brisa macia, a brisa morna no verão. Imediatamente isso tem dezenas de ligações diretas com outros elementos diversos. Eu provavelmente lembro do vento subindo os rochedos do Morro dos Conventos, lembro o vento macio da tarde soprando pelo rio Araranguá em direção ao mar. Isso também me dá acesso à centenas de coisas periféricas e indiretamente ligadas à isso. Então surge o desejo de ir à praia, de descansar uns dias, de colocar os pés no rio, essas coisas.
 

Essa frase, essas palavras também excluem dezenas, centenas de outras manifestações indiretas que nada tem a ver com ela. Muitos não se dão conta destes aspectos de uma arquitetura interna das frases e dos pensamentos durante as conversas.
 

Existe essa arquitetura de conceitos de palavras dentro de cada um de nós. Usando outra  analogia: assim como temos na garagem o carro da gente, as ferramentas de jardim, ferramentas de conserto, isso está infinitamente distante da nossa biblioteca e a dificilmente ligamos ou relacionamos uma coisa à outra. Muitos conceitos, muitos termos dentro de nós também passam por esse tipo de arquitetura. É uma arquitetura que pressupõe tendências, contradições, continuações, afinidades. Um exemplo bem concreto seria você conversar com uma pessoa sobre paz, sobre serenidade, sobre amor, e essa pessoa está tumultuada, cheia de ódio, cheia de mágoa. Para essa pessoa a conversa pode ser tão grotesca quanto se no meio de uma valsa suave fossem colocados sons de explosões de rochas e de pedras caindo. A pessoa diz: nossa, mas o que uma coisa tem a ver com a outra? Não tem nada a ver!

 

Vamos à um exemplo ainda mais próximo do cotidiano dos tempos em que estamos vivendo. Uma pessoa que diga algo como “não dá mais, preciso sair dessa, preciso mudar de vida, preciso modificar as coisas”. Quando uma pessoa faz uma frase dessas e a formula, o que acontece dentro dessa pessoa? Qual é a arquitetura que envolve essa construção de frase? Pela maneira como essa frase está colocada dentro da pessoa, o lugar que ocupa, pelas ligações diretas e indiretas como acabamos de ver que ela encera, essa pessoa, por exemplo, às vezes não tem nada associado à isso, ela não tem nenhuma vivência relacionada à isso, então o pensamento se torna errático, ele fica caótico, fica desordenado e vaga pelo mundo e acaba encontrando alguma coisa que sugira uma resposta, ou acaba encontrando o nada, que as vezes também é a resposta da pessoa.
 

Outras vezes, com a arquitetura já pronta, a pessoa percorre caminhos até previsíveis, assim como o corredor da nossa casa leva aos toaletes, leva aos quartos, leva ao jardim, à sala, também determinados pensamentos se tornam óbvios pelos caminhos que eles encerram dentro deles, e pela continuação que eles desenvolvem como encaminhamento.
 

Olha, a importância disso é muito grande. Conhecendo a historicidade da pessoa, conhecendo a Estrutura de Pensamento dessa pessoa, quando ela diz para a gente algo do gênero “olha não dá mais, eu preciso mudar de vida, não sei o que fazer”, nós, através da estruturação dessas palavras, dos caminhos aos quais elas levam, dos encadeamentos diretos e indiretos e da arquitetura de pensamento que envolveu essa construção de frase, poderemos abrir janelas nessa arquitetura. Podemos construir jardins, enseadas. Podemos trazer o sol e a chuva, podemos fazer parar o sol e a chuva, e outras coisas mais. Às vezes é possível fazermos isso e até mais do que isso.
 

Nesse mesmo caso, por exemplo, conhecendo a pessoa, podemos agendar nela algo direto, do tipo “Olha, faça isso, faça o seu curso de administração, é esse o caminho”. E é claro que eu não direi isso por que eu acho, eu vou dizer isso por que conhecendo a Estrutura de Pensamento dessa pessoa, eu saberei que esse é um dos caminhos que se anunciam e o melhor a ser tomado. Ou ainda eu posso interrogar a pessoa “o que você acha que eu posso fazer? O que quê você acha que é o caminho? Por quê que tem que ser assim e tudo mais?”. E mais uma vez é claro que eu só o farei se isso tiver a ver com a pessoa, se for da natureza da sua Estrutura de Pensamento que questionamentos lhe mostrem o caminho.


Ou podemos utilizar proibições do tipo “não faça isso, evite isso e tudo mais”. É evidente que tudo isso só faz sentido a partir do modo de ser da pessoa no mundo, senão nós caímos no chute, na experimentação fortuita e isso é perigoso.


Transcrição do programa de rádio do Profº Lúcio Packter
 
Publicado por Gilberto Sendtko em 12/05/2012 em