Esta correria do nosso dia não esta aí por acaso. A ciência
nos mostra que o ser humano em sua grande maioria, reage a estímulos. Se
pensarmos um pouco, quais são os estímulos que temos recebido nestes 'dias
modernos'? Eu me arriscaria a nomear um bem popular: COMPRE... VOCÊ PODE!
Compre este novo carrão, esta TV 52 polegadas WiFi HDTV e você será mais feliz,
você será uma pessoa mais legal! Então, depois de bem endividadas algumas
pessoas vêem se pressionadas a resolver o problema em que se meteram
trabalhando e se sobrecarregando para dar conta das contas empenhadas. Além
desta situação temos sido desafiados insistentemente a entregar melhores
resultados, cumprir metas, atingir objetivos, muitos pela competitividade, outros
para manter a empregabilidade, mas no fim das contas muito 'disto' leva-nos ao
adquirir, garantir, guardar e manter o tal padrão de vida que não sei bem quem
disse que é padrão. Tudo em nome da qualidade de vida, do "bem
viver". Pergunta: Você está certo de que realmente vive bem? Será que
vivemos melhor do que nossos pais e avós? Já ouvi muitos profissionais e
empresários dizerem que trabalhariam por menos dinheiro e melhor qualidade de
vida. Se isto fosse verdade para a maioria, nossa realidade seria outra. Para
mim, apenas discurso, pois não vejo muita gente se submeter a reduzir renda nem
empresas em reduzir suas metas. Na prática o quadro é outro bem diferente.
Vivemos sim em uma época de grandes oportunidades, acesso a
emprego, renda e a tal ascensão das classes menos favorecidas. Mas este quadro
trouxe também ao nosso cotidiano, situações que revelam total despreparo e
falta de estrutura social. Temos mais carros nas estradas e menos estradas para
os carros, e menos ainda educação para seus motoristas. Vem daí então um clamor
da sociedade que percebe o caos à sua porta: "Cadê a gentileza"? Ela
certamente viria acompanhada do desenvolvimento se nossa cultura fosse dada ao
estudo e a leitura, e menos influenciada pela lei de Gerson e sua obsessão de
levar vantagem em tudo. Colocaram um carro, um notebook com internet e um
celular na nossa mão, mas será que estávamos preparado para isto?
Todavia digo antes de encerrar este texto que não desejo a
manutenção da miséria e da mediocridade, nem justificar a estupidez e a má educação, porém
também tenho que manifestar meu desconforto com os olhares míopes que temos de
nosso cotidiano. Desculpe-me mas eu não acredito que será com campanhas tipo
'curta gentileza' que faremos uma sociedade melhor. Esta é a caricatura
perfeita do paliativo.
Na minha opinião
este comportamento se muda com muita paciência e dedicação, em uma geração de
30 anos com educação de qualidade. Deve ser por isto que eu deva ver na maior
parte do dia a dia nos semáforos e ruas da minha cidade não o polegar do
"curtir" para a educação, mas sim aquele dedo médio mal educado
gritando "gentileza uma ova".
Por André Topanotti - Criciúma/SC - 17/02/2013.
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