Nos
últimos anos tenho lido, escutado e assistido líderes de gestão dizendo que o
RH tem que ser estratégico. Confesso que isso sempre me intrigou, pois fico
pensando: será que existe alguma disciplina dentro das organizações que não
deva ser estratégica?
Tive
a sorte (ou a oportunidade, para quem não acredita em sorte) de trabalhar em
grandes empresas, com departamentos de recursos humanos bem organizados e com
bons profissionais da área. Em muitas dessas empresas, conheci executivos e
CEOs que davam bastante importância ao tema de pessoas e que esperavam que o RH
também desse a devida importância ao sucesso da empresa como um todo e aos
temas de todas as outras áreas, como finanças, vendas e operações.Portanto, para mim, estratégia e pessoas
sempre estiveram muito conectados e talvez por isso não entenda o porquê do
recente hype em torno do “RH Estratégico”. Será que existe algum seminário
sobre "O Financeiro Estratégico" ou "O Comercial como Parceiro
do Negócio"?
Se isso é um problema de autoestima dos
profissionais de RH ou uma real necessidade do mercado - pois o RH no passado
não era visto como uma área de muita importância (e consequentemente poucos
queriam trabalhar nesse campo) - eu não sei. O que sei é que ultimamente tenho
observado o fenômeno oposto: uma postura do pessoal de RH muito mais voltada à
discussão do rumo dos negócios, acompanhada por uma fala típica de
profissionais de finanças e cada vez menos sensível aos assuntos de gente. Ao
mesmo tempo, percebo uma migração de profissionais de outras disciplinas,
incluindo aqueles mais focados em “eficiência e controle”, como engenheiros e
diretores de operações, à área de gestão de pessoas.
Eu até acho positivo os executivos fazerem
uma rotação entre diferentes departamentos para conhecerem melhor as diferentes
áreas de uma companhia e, assim, se tornarem profissionais mais completos.
Porém, o que eu não acho interessante é esse mesmo executivo migrar para outra
área e tentar atuar como se estivesse em sua área de origem. Ou seja, imagine
que um diretor de operações resolva trabalhar no RH e ache que a única função
da área é pensar em como tornar a empresa mais eficiente, cortando custos e
investimentos em ações de desenvolvimento e ainda tentando implantar políticas
para que os funcionários sejam tratados como "recursos" da companhia.
Certamente haveria uma contribuição de curto prazo, porém como ficariam os
outros temas de RH?
Isso me fez refletir: então para quê mesmo um
CEO contrata um executivo de RH? O que será que ele realmente espera desse
executivo? Sem ter uma resposta clara, fui direto na fonte e fiz essas
perguntas para alguns CEOs que trabalham diretamente com um Diretor ou VP de
RH. Recebi respostas bem óbvias (como era esperado, ainda bem!), do tipo:
"espero que o RH cuide das pessoas" ou "espero que seja alguém
que dissemine a cultura da empresa e contrate as pessoas certas". Ouvi
outra resposta que também gostei: "eu espero alguém que domine sua função
e que consiga, ao mesmo tempo, ser um parceiro ("thought partner")
para me ajudar a pensar na estratégia da empresa".
Muito bem. Então o CEO de hoje monta o seu
time com especialistas em suas áreas de atuação e generalistas no pensamento
estratégico. Ele quer executivos que dominem suas respectivas funções. Ele
também quer ser bem assessorado, quer que sua empresa seja de ponta e tenha os
profissionais mais gabaritados, quer ter vantagem competitiva em relação à
concorrência e, principalmente, quer gerar valor para o mercado e para os acionistas.
Isso vale para a contratação de um executivo
de RH como também para qualquer outro. É como escalar um time para a seleção: o
técnico quer os melhores jogadores em cada posição, mas também quer um time em
que cada um saiba exatamente qual é o seu papel e o papel do outro para que
possam pensar juntos na melhor estratégia para ganharem o campeonato.
Pensando no craque do RH, esse tem que
dominar e aplicar todas as boas práticas de gestão de pessoas para o sucesso do
negócio. Ele tem que conhecer profundamente a empresa e o mercado onde está
inserido para propor boas soluções para atração de talentos, gestão da
remuneração e de processos de administração de pessoal, implantação de
programas de desenvolvimento e de retenção de pessoas, gestão do clima, mapeamento
e disseminação da cultura organizacional e desenvolvimento das lideranças,
entre outras iniciativas que envolvem “gente”. Ele precisa navegar em todas as
áreas da empresa para conhecer a realidade do seu "cliente", que são
os funcionários de todos os departamentos, além de olhar para fora da companhia
a fim de identificar pessoas e projetos interessantes que possam ser
incorporados ao negócio.
Falar de gente, falar de cultura, não é menos
importante do que falar de market share ou de P&L. Lembrem-se: se não for o
RH para cuidar de gente, quem irá fazê-lo?
Por: Maria Fernanda Ortega - 08/02/2013
Fonte: http://revistavocerh.abril.com.br/materia/o-rh-tem-que-cuidar-de-gente
Este é o meu pensamento atual sobre RH Estratégico.
ResponderExcluirHoje, quando penso em um RH estratégico me refiro às pessoas da empresa e não ao departamento ou profissionais que atuam na área específica de RH.
São as pessoas que são estratégicas para uma organização, atuando nas mais diversas áreas, passando pela produção, finanças, marketing, vendas, etc. São as pessoas que geram diferenciais competitivos, que atendem aos clientes (Internos e Externos). São as pessoas que fazem a diferença e não uma área em específico.
A organização é sistêmica, e como tal seus setores são interdependentes. A organização é um organismo vivo em função das Pessoas. Pensar em um RH estratégico é pensar em todas as pessoas que fazem parte da organização e que poderão fazê-la uma organização de sucesso ou não.
Cabe à área específica de RH preparar todos da organização a entender de Gente, a assessorar na montagem das equipes, dos departamentos, dos setores com as pessoas certas. É fundamental o seu papel na preparação dos gerentes/líderes para o gerenciamento das pessoas, contribuindo e/ou desenvolvendo políticas de RH, buscando a agregação de valores aos produtos e serviços organizacionais.
Adm. Ricardo Pieri
Fev de 2013.
ricardopieri@gmail.com
Obrigado por participar Profº Ricardo!
ExcluirJuliana Schmitz POR FACEBOOK:
ResponderExcluirEu acho que a melhor forma de receber um feedback sobre você é não perguntar a você mesmo. Desta forma, a melhor forma de ter um feedback sobre o RH é não perguntar a ele mesmo. Já senti muita dor de cotovelos... mas libertar-se deste sentimento e não se apegar às palavras mas sim à Missão de atender às pessoas ( e todas elas, as de cima, os pares as de baixo e as de fora) isso sim é ser estratégico. O resto me remete a ter assunto para um artigo, tema para um livro, etc. Juliana