Se hoje eu lhe
convidasse para ser avaliado como pessoa, como profissional, como pai, enfim,
fazer uma análise de você nos diversos papeis que você exerce, o que você
acharia? A avaliação é uma ferramenta que muitas pessoas usam para saber se
estão ou não no caminho certo, para identificar seus pontos problemáticos e mudar.
Avaliar tem o significado corriqueiro de determinar o valor de algo ou seu
preço (lembrando que preço pode ser entendido como uma avaliação quantitativa
enquanto o valor como qualitativo). Sendo assim, algumas pessoas quando param
para se avaliar fazem uma avaliação própria tendo em vista valores
quantitativos, ou seja, o quanto acumularam, seja dinheiro, títulos, lotes,
casas, mulheres. Outros já partem para uma avaliação quantitativa, analisando
como eram quando tinham tal idade e como estão agora, como eram quando
começaram na empresa e onde chegaram na atualidade.
Algumas
pessoas são muito duras ao se avaliarem e se cobram além do que poderiam
alcançar, pode-se dizer que são juízes de si próprias. Outras já se avaliam
sempre de maneira positiva, até mesmo atitudes que causaram grandes males na
sua vida são entendidos como bem vindos. Enfim, cada um tem uma maneira de se
avaliar, o que interessa aqui são as pessoas que não avaliam a si próprias, mas
são avaliadas por outras pessoas. São muitos os casos de pessoas que não
conseguem se avaliar e ficam a mercê de seus avaliadores, sendo que, o que eles
disserem será aceito como verdadeiro. Pessoas assim escolhem alguns ou muitos
avaliadores e a eles atribuem o direito de crítica sobre si próprias, sejam
elas positivas ou negativas. O problema é que alguns desses avaliadores são
muito duros, entendem que avaliar é apenas ver os defeitos, as falhas. Imagine
uma criança que pede a opinião de seu pai sobre seu rendimento escolar. O pai
olha as notas e vê algo entre sete e oito, vira-se para o menino e diz: “Isso é
pouco, existe em muitos melhores que você”. O menino acompanha a sua avaliação
e entende ser menos que os outros pela nota que tem.
O
exemplo do filho que se submete a avaliação do pai pode ser algo muito próximo
de um marido que se deixa avaliar pela família da esposa. Este tipo de
avaliação delegada a outros muitas vezes pode se comparar a um bom vinho que é
avaliado por aquele que nada sabe sobre o assunto. Quanto você receber a
avaliação de alguém observe o quando a pessoa que está lhe avaliando conhece a
você, seu trabalho ou seu produto. Deixar-se avaliar não é problema, o problema
é ter um avaliador que não conhece o que está avaliando. Muitos pais avaliam os
filhos pelos amigos dos filhos, avaliam a esposa pelas amigas da esposa, avaliam
seu rendimento pelo rendimento de outras empresas. Uma avaliação comparativa é
sempre uma avaliação que precisa de ajustes, ou seja, não existem duas
realidades iguais.
Muitos
bons profissionais não crescem na organização porque seu “superior” não sabe avaliar
e quem é avaliado acredita naqueles dados. Muitos grandes profissionais foram
recusados em outras áreas de trabalho, na escola, mas encontraram alguém que os
avaliou de acordo com suas capacidades e viu onde poderiam chegar. Se você está
sendo avaliado e percebe que há dureza excessiva, que o que dizem não reflete
exatamente quem você é, reveja seus avaliadores. Sua esposa talvez não tem a
clareza de quem você é no trabalho para avaliá-lo como profissional, assim como
seu chefe provavelmente não pode avaliá-lo como pai.
Por Rosemiro Selfstrom - Criciúma/SC - 21/05/2013
Depende muito da postura do avaliador e da abertura do avaliado com relação ao que vai ser dito. Se não houver honestidade, será mais um diálogo em Arquivo Morto.
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