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O objetivo deste blog é discutir idéias, expor pontos de vista. Perguntar mais do que responder, expressar mais do que reprimir, juntar mais do que espalhar. Se não conseguir contribuir, pelo menos provocar.

segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

SALÁRIO BOM E EMPRESA "ENGESSADA"

Comentário de Max Gehringer  sobre uma ouvinte cujos amigos lhe dizem que está perdendo tempo trabalhando numa empresa burocrática, mas que paga bem: "Trabalho em uma empresa na qual imperam a burocracia, a morosidade e a mediocridade. Qualquer ideia nova é atacada como se fosse um vírus letal. Eu me cansei de oferecer sugestões para modernizar o nosso trabalho, mas nunca consegui emplacar uma só proposta que fosse. A empresa é antiga, tem pouca concorrência e por isso se dá ao luxo de permanecer nessa perigosa zona de preguiça.

Meus amigos me dizem que estou perdendo meu tempo nessa empresa. E eu concordo, mas há um detalhe que não posso desconsiderar: meu salário é bom. Não creio que para fazer o mesmo tipo de trabalho que faço aqui, eu conseguiria uma proposta de outra empresa para ganhar o que ganho atualmente. Esse é o meu dilema. Sair para ganhar menos de imediato, porém com melhores perspectivas de futuro, ou me render à mediocridade e continuar a pagar minhas contas com folga no meu orçamento? O que você poderia me aconselhar?"


Bom, eu lhe aconselho a ser mais cuidadosa com essas pesquisas entre amigos. A não ser que todos eles ganhem mais do que você, o que é bem pouco provável dada a descrição que você fez da situação, a maioria trocaria correndo de lugar com você. Quem não iria querer ganhar mais, sem muito incômodo e sem muita pressão?

Acredito que seus amigos estejam apenas reagindo ao que você diz. E por isso eles concordam que você esteja perdendo tempo, porque essa é a impressão que você mesma está passando. Tente começar a falar somente sobre as coisas boas que a sua empresa lhe oferece e seus amigos lhe dirão que você precisa agradecer aos céus por ter o emprego que tem.

 
Max Gehringer, para Rádio CBN em 26/12/2013.

sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

A ÓPERA DE SATANÁS

Sei que a esta altura do ano nada mais se quer além de esperar que, no calor de nosso verão, se vá este ano velho e surrado. Mas, como filósofo que sou, mesmo na preguiça, penso, senão, não existo. E levo você, meu companheiro de leitura, comigo às profundezas dessa filosofia de fim dos tempos. Quando quero falar a sério com meus alunos -agora em férias- sobre nosso tempo contemporâneo, digo a eles que imaginem do que rirão nossos descendentes em mil anos. Não conheço ciência profética mais científica do que pensar o ridículo que encontrarão em nossas seriedades contemporâneas.
 
Sou homem sem causa, como sabe bem meu ilustre leitor, e, mais, duvido de todos que alguma causa defendam. Espero que recuperem a capacidade de serem canalhas honestos, e não como nós, que travestimos nossas vaidades em causas pela humanidade. Pouco sei com segurança, depois de alguns anos e alguns poucos livros, mas, com certeza, como cético que sou, estou seguro de que se deve desconfiar de pessoas com bons sentimentos. 
 
Rimos de nossos antepassados. Se, antes, nossos avós os consideravam dignos de reverência, agora, nós, contemporâneos, os julgamos ridículos por terem vivido antes dos tablets e do direito ao voto. Rimos de suas crenças em deuses cabeludos, em apocalipses vindouros, em mundos imateriais. Mas, temo, rirão mais ainda de nós, esses nossos descendentes.
 
Rirão de nossa inútil obsessão pelo povo e sua soberania. Rirão de nossa ciência política e sua consciência histórica. Rirão de nossa certeza sobre o aquecimento dos polos e voltarão à astrologia por ser ela uma ciência mais modesta do que a do clima. Para eles, nossos descendentes, ideias como as nossas soarão como hoje nos soa alguém crer que trovões seriam os deuses arrastando suas pedras no infinito.
 

Rirão de nossa obsessão em buscar pureza em civilizações mais pobres como as dos índios, que seriam mais honestos simplesmente porque nunca tiveram opção de sofisticar suas mentiras, como nós temos. Quando pensarem em nós, esquecerão nossa tecnologia neolítica e farão seus alunos lerem livros sobre como éramos covardes e infantis. E sentirão vergonha, preferindo os gregos e os romanos, por serem mais lúcidos sobre a cegueira do destino.
 
Tentarão inutilmente acessar a razoabilidade de crermos que inventamos a nós mesmos e de que exista algo como "construção social do sujeito", ideia interessante, se não engraçada, mas que sustenta outra ainda mais engraçada, que é aquela que afirma a existência de uma construção social planejada de novos sujeitos. Tendo passado por sofrimentos atrozes que os esperam, sofrimentos esses criados por nós e nossas manias de luxo, saúde, direitos e democracia dos idiotas, os coitados dos nossos descendentes serão forçados a redescobrir que a vida tem dono, e que não somos nós os donos, mas sim algum espírito que, no fundo, não nos tem em alta conta, por isso, quando muito, revela sua indiferença preguiçosa para com nossa dor.
 
Reescreverão passagens bíblicas, porque chegarão à conclusão de que são mais certeiras do que nossa vã sociologia de macacos sem pelos. Sua cosmologia e antropologia serão mais parecidas com aquela que afirma ser a vida uma ópera.
 
Sim, uma ópera, cujo libreto foi escrito por Deus e a música por Satanás, segundo o que nos diz Dom Casmurro, personagem afligido pela incapacidade de determinar a verdade última acerca da fidelidade de sua mulher (talvez um dos problemas filosóficos mais sérios, muito mais do que o suicídio).
 
Satanás, atormentado pela inveja de seus colegas Gabriel, Miguel e Rafael, se revoltou. Deus deixou, por preguiça, que ele levasse consigo, às profundezas do inferno, seu libreto. Lá, tendo composto a música, criou a ópera. Voltou ao Pai Eterno, como criança escrava neurótica de seu senhor, e pediu a Deus que a executasse em seu conservatório.
 
Tendo negado inúmeras vezes o pedido de seu anjo angustiado, Deus acaba por autorizar a execução, mas o proíbe de fazê-lo nos céus.
 
Para esta tarefa, cria nosso mundo, e o dá ao nosso triste maestro.
 
 
De Luiz Felipe Pondé - Folha de SP - 26/12/2012
 
 

THE VOICE E A POLÍTICA: TUDO A VER

Recebi este texto sobre o Programa The Voice Brasil e sua paridade com nosso sistema político. Achei ótimo! O  interessante é que o artigo foi postado por seu autor (Nicola Martins) uma semana antes da grande final do The Voice. Quer saber quem ele disse que ganharia? Bem, mais do que isso, Nicola faz uma análise bem fria de como o vencedor fez para chegar até o topo.
 
Para 2014, uma ótima reflexão para sabermos se realmente entendemos nossa democracia. Para mim, vale a pena a leitura!
 
André Topanotti
 
 
Ontem, enquanto assistia à semifinal do The Voice Brasil, parei para analisar o quanto o programa da Rede Globo é parecido com o sistema político brasileiro. Muito parecido mesmo e com possibilidades de analogias diversas. É difícil entender o mundo político partidário, eu sei disso, mas a partir do programa “global” fica muito mais fácil de compreender.
 
Vamos partir do início: imaginemos que cada um dos times (Carlinhos Brown, Claudia Leitte, Daniel e Lulu Santos) são partidos políticos. Podemos fazer essa analogia, porque são os grupos aos quais os cantores (pré-candidatos e políticos em potencial) estão buscando ingressar para que possam ter viabilidade de continuar na disputa para ser a Voz do Brasil (o eleito).
 
Os cantores, então, buscam conquistar o técnico. Se mais de um o quer, cabe aos técnicos seduzirem o cantor para seu time. O mesmo acontece na política. Quando mais de um partido quer o político em potencial, ele vai para quem o oferece melhor possibilidade de eleição ou identifica-se melhor ideologicamente. A ideologia podemos comparar com o ritmo ao qual o técnico é vinculado.
 
Enfim, o cantor (político) escolheu seu time (partido). Agora, chega a vez de disputar internamente uma das vagas para concorrer à eleição (grande final). Primeiro, as disputas são firmes e busca-se levar a melhor em cima dos companheiros de partido. Essa fase, podemos comparar com a etapa das Batalhas, quando um cantor enfrenta o outro na própria equipe.
 
Um dos cantores é eliminado, mas o técnico de outro time pode “pegá-lo” para sua equipe. Isso é o que mais acho engraçado, pois acontece exatamente isso na política. Se o político está ameaçado de não continuar na disputa pela Voz do Brasil (eleito), um outro time (partido) vai lá e o seduz (oferece vantagens) para que ele continue na disputa.
 
A disputa interna continua firme e bastante acirrada dentro dos times (partidos) para definição de apenas uma voz para concorrer à final (eleição). Muitas vezes o mais carismático ou o mais capaz não é escolhido, porque o cantor (candidato) precisa unir muitas qualidades numa só e ser comercialmente (eleitoralmente) interessante. Não adianta só ter voz, precisa ter carisma, capacidade, amizades importantes, ou seja, ser um artista completo (ter potencial eleitoral).

Enfim, chega-se à semifinal (convenções partidárias). Na semifinal, normalmente está tudo muito bem encaminhado para a escolha do finalista de cada um dos times (partidos), mas sempre há outro querendo a vaga. Mesmo assim, escolhe-se o finalista daquele time (o candidato).

Parte-se, então, para a eleição que, no The Voice Brasil, é a grande final, que acontece na próxima quinta-feira (26).

Em uma eleição, muitas vezes o eleitor já escolhe seus candidatos de acordo com a ideologia (ritmo musical) e muito antes das campanhas ou propagandas eleitorais. Poucos trocam de posição durante a campanha, mas isso pode acontecer.

Trazendo isso para o The Voice Brasil, analisemos a partir do que está proposto: Nenhum dos finalistas cantou (apresentou suas propostas), mas os eleitores já estão podendo votar em quem vencerá o programa (eleição). Ou seja, estão todos votando por carisma e pelo passado (apresentações anteriores) e não pelo que o cantor (candidato) ainda vai apresentar.

Na final, vencerá o que fez um bom conjunto da obra, que acho que será o Sam Alves.

Por que motivo acho que o Sam vencerá?

Escolheu bem seu partido, já que o time da Claudia Leitte é sempre mais fraquinho de concorrentes internos e ele apareceu melhor naquela equipe, além de ter uma ótima voz e carisma. Na etapa das batalhas internas encontrou apenas uma resistência, quando cantou Thousand Years com a Marcela Bueno, que foi para outro partido (Daniel) e incomodou.

Agora, na final, já mostrou que tem um potencial eleitoral muito bom e partidários (fãs) fieis e que moverão mundos para vê-lo eleito (a Voz do Brasil).

E sem falar que a voz do Sam (candidato) tem potencial eleitoral melhor que a própria líder do partido, a Claudia Leitte.

Enfim, o The Voice Brasil é um grande processo eleitoral. E aí, entenderam?


Por: NIcola Martins - Sexta - 20/12/2013
Fonte: http://www.nicolamartins.com.br/2013/12/the-voice-e-o-sistema-politico.html

 

 
 
 

 


sábado, 21 de dezembro de 2013

COMO O BRASIL PARECE PARA UM FRANCÊS

Recebi este texto do cara de mau mais gente boa que eu conheço, depois do Jefté Zanatta, é claro! Primeiro porque ele é Carvoeiro como eu, depois porque é meu colega de FARBEN: Valeu pelo texto Filipe Rabelo. Inteligente e criativo, pois gosto de ver as coisas com olhos diferentes, às vezes.
 
Já para a turma da Filosofia Clínica, o artigo é um bom exemplo de como o "tópico 1" funciona para o Francês Olivier Teboul (29 anos). Olivier ficou conhecido nesta semana depois que sua lista com várias impressões de um francês sobre o Brasil circulou no jornal mineiro, o Estado de Minas e ganhou a internet.  Ele lista 65 impressões que teve sobre nossa cultura e nossos costumes, dissecando cada costume nosso numa sinceridade incrível. A intenção dele não é ofender o povo brasileiro, mas sim mostrar como ele enxergou nossos costumes cotidianos e nossa cultura, sob o olhar de um francês radicalizado no Brasil. Veja abaixo o que foi dito pelo europeu:
 
1. Aqui no Brasil, tudo se organiza em fila: fila para pagar, fila para pedir, fila para entrar, fila para sair e fila para esperar a próxima fila. E duas pessoas já bastam para constituir uma fila.
 
2. Aqui no Brasil, o ano começa “depois do Carnaval”.
 
3. Aqui no Brasil, não se pode tocar a comida com as mãos. No Mc’Donalds, hambúrguer se come dentro de um guardanapo. Toda mesa de bar, restaurante ou lanchonete tem um distribuidor de guardanapos e de palitos. Mas esses guardanapos são quase de plástico, nada de suave ou agradável. O objetivo não é de limpar suas mãos ou sua boca mas é de pegar a comida com as mãos, sem deixar papel nem na comida nem nas mãos.
 
4. Aqui no Brasil, qualquer coisa é gay (ou ‘viado’). Beber chá: é gay. Pedir uma coca zero: é gay. Jogar vôlei: é gay. Beber vinho: é gay. Não gostar de futebol: é gay. Ser francês: é gay, ser gaúcho: gay, ser mineiro: gay. Prestar atenção em como se vestir: é gay. Não falar que algo é gay : também é gay.
 
5. Aqui no Brasil, os homens não sabem fazer nada das tarefas do dia a dia: não sabem faxinar, nem usar uma máquina de lavar. Não sabem cozinhar, nem a nível de sobrevivência: fazer arroz ou massa. Não podem concertar um botão de camisa. Também não sabem coisas que são consideradas fora como extremamente masculinas, como trocar uma roda de carro. Fui realmente criado em outro mundo…
 
6. Aqui no Brasil, sinais exteriores de riqueza são muito comuns: carros importados, restaurantes caríssimos em bairros chiques, clubes seletivos cujas cotas atingem valores estratosféricas.
 
7. Aqui no Brasil, os casais sentam um do lado do outro nos bares e restaurantes como se eles estivessem dentro de um carro.
 
8. Aqui no Brasil, os homens se vestem mal em geral ou seja não ligam. Sapatos para correr, eles usam no dia a dia, sair de short, chinelos e camiseta qualquer é comum. Comum também é sair de roupas de esportes mas sem a intenção de praticar esporte. Se vestir bem também é meio gay.
 
9. Aqui no Brasil, o cliente não pede cerveja pro garçom, o garçom traz a cerveja de qualquer jeito.
 
10. Aqui no Brasil, todo mundo torce para um time, de perto ou de longe.
 
11. Aqui no Brasil, sempre tem um padre falando na televisão ou no radio.
 
12. Aqui no Brasil, a vida vai devagar. E normal estar preso no trânsito o dia todo. Mas não durma no semáforo não. Aí tem que ser rápido e sair até antes do semáforo passar no verde. Não depende se tiver muitas pessoas atrás, nem se estiverem atrasados. Também é normal ficar 10 minutos na fila do supermercado embora que tenha só uma pessoa na sua frente. Aí demora para passar os artigos, e muitas vezes a pessoa do caixa tem que digitar os códigos de barra na mão ou pedir ajuda para outro funcionário para achar o preço de um artigo. Mas, na hora de retirar o cartão de crédito, aí tem que ser rápido. Não é brincadeira, se não retirar o cartão na hora, a mesma moça da caixa que tomou 10 minutos para 10 artigos vai falar agressivamente para você agilizar: “pode retirar o cartão!”.
 
13. Aqui no Brasil, os chineses são japoneses.
 
14. Aqui no Brasil, a música faz parte da vida. Qualquer lugar tem musica ao vivo. Muitos brasileiros sabem tocar violão embora que não consideram que toquem se perguntar pra eles. Tem músicos talentosos, mas não tantos tocam as musicas deles. Bares estão cheios de bandas de cover.
 
15. Aqui no Brasil, a política não funciona só na dimensão esquerda – direita. Brasil é um pais de esquerda em vários aspectos e de direita em outros. Por exemplo, se pode perder seu emprego de um dia pra outro quase sem aviso. Tem uma diferencia enorme entre os pobres e os ricos. Ganhar vinte vezes o salario mínimo é bastante comum, e ganhar o salario mínimo ainda mais. As crianças de classe media ou alta estudam quase todos em escolas particulares, as igrejas tem um impacto muito importante sobre decisões politicas. E de outro lado, existe um sistema de saúde publico, o estado tem muitas empresas, tem muitos funcionários públicos, tem bastante ajuda para erradicar a pobreza em regiões menos desenvolvidas do país. O mesmo governo é uma mistura de política conservadora, liberal e socialista.
 
16. Aqui no Brasil, e comum de conhecer alguém, bater um papo, falar “a gente se vê, vamos combinar, OK?”, e nem trocar telefone.
 
17. Aqui no Brasil, a palavra “aparecer” em geral significa, “não aparecer”. Exemplo: “Vou aparecer mais tarde” significa na prática “não vou não”.
 
18. Aqui no Brasil, o clima é muito bom. Tem bastante sol, não está frio, todas as condições estão reunidas para poder curtir atividades fora. Porem, os domingos, se quiser encontrar uma alma viva no meio da tarde, tem que ir pro shopping. As ruas estão as moscas, mas os shopping estão lotados. Shopping é a coisa mais sem graça do Brasil.
 
19. Aqui no Brasil, novela é mais importante do que cinema. Mas o cinema nacional é bom.
 
20. Aqui no Brasil, não falta espaço. Falam que o pais tem dimensões continentais. E é verdade, daria para caber a humanidade inteira no Brasil. Mas então se tem tanto espaço, por que é que as garagens dos prédios são tão estreitos? Porque existe até o conceito de vaga presa?
 
21. Aqui no Brasil, comida salgada é muito salgada e comida doce é muito doce. Até comida é muita comida.
 
22. Aqui no Brasil, se produz o melhor café do mundo e em grandes quantidades. Uma pena que em geral se prepare muito mal e cheio de açúcar.
 
23. Aqui no Brasil, praias bonitas não faltam. Porém, a maioria dos brasileiros viajam todos para as mesmas praias, Búzios, Porto de Galinhas, Jericoacoara, etc.
 
24. Aqui no Brasil, tem um organismo chamado DETRAN. Nem quero falar disso não, não saberia por onde começar…
 
25. Aqui no Brasil, as pessoas acham que dirigir mal, ter trânsito, obras com atraso, corrupção, burocracia, falta de educação, são conceitos especificamente brasileiros. Mas eu nunca fui num pais onde as pessoas dirigem bem, onde nunca tem trânsito, onde as obras terminam na data prevista, onde corrupção é só uma teoria, onde não tem papelada para tudo e onde tudo mundo é bem educado!
 
26. Aqui no Brasil, esporte é ou academia ou futebol. Uma pena que só o futebol seja olímpico.
 
27. Aqui no Brasil, existe três padrões de tomadas. Vai entender porque…
 
28. Aqui no Brasil, não se assuste se for convidado para uma festa de aniversário de dois anos de uma criança. Vai ter mais adultos do que crianças, e mais cerveja do que suco de laranja. Também não se assuste se parece mais com a coroação de um imperador romano do que como o aniversário de dois anos. É ‘normal’.
 
29. Aqui no Brasil, não tem o conceito de refeição com entrada, prato principal, queijo, e sobremesa separados. Em geral se faz um prato com tudo: verdura, carne, queijo, arroz e feijão. Daí sempre acaba comendo uma mistura de tudo.
 
30. Aqui no Brasil, o Deus está muito presente… pelo menos na linguagem: ‘vai com o Deus’, ‘se Deus quiser’, ‘Deus me livre’, ‘ai meu Deus’, ‘graças a Deus’, ‘pelo amor de Deus’. Ainda bem que ele é Brasileiro.
 
31. Aqui no Brasil, cada vez que ouço a palavra ‘Blitz’, tenho a impressão que a Alemanha vai invadir de novo. Reminiscência da consciência coletiva francesa…
 
32. Aqui no Brasil, país com muita ascendência italiana, tem uma lei que se chama ‘lei do silencio’. Que mau gosto! Parece que esqueceram que lá na Itália, a lei do silêncio (também chamada de “omerta”) se refere a uma prática da máfia que se vinga das pessoas que denunciam suas atividades criminais.
 
33. Aqui no Brasil, se acha todo tipo de nome, e muitos nomes americanos abrasileirados: Gilson, Rickson, Denilson, Maicon, etc.
 
34. Aqui no Brasil, quando comprar tem que negociar.
 
35. Aqui no Brasil, os homens se abraçam muito. Mas não é só um abraço: se abraça, se toca os ombros, a barriga ou as costas. Mas nunca se beija. Isso também é gay.
 
36. Aqui no Brasil, o polegar erguido é sinal pra tudo: “Ta bom?”, “obrigado”, “desculpa”.
 
37. Aqui no Brasil, quando um filme passa na televisão, não passa uma vez só. Se perder pode ficar tranquilo que vai passar mais umas dez outras vezes nos próximos dias. Assim já vi “Hitch” umas quatro vezes sem querer assistir nenhuma.
 
38. Aqui no Brasil, tem um jeito estranho de falar coisas muito comuns. Por exemplo, quando encontrar uma pessoa, pode falar “bom dia”, mas também se fala “e ai?”. E ai o que? Parece uma frase abortada. Uma resposta correta e comum a “obrigado” é “imagina”. Imagina o que? Talvez eu quem falte de imaginação.
 
39. Aqui no Brasil, todo mundo gosta de pipoca e de cachorro quente. Não entendo.
 
40. Aqui no Brasil, quando você tem algo pra falar, é bom avisar que vai falar antes de falar. Assim, se ouvi muito: “vou te falar uma coisa”, “deixa te falar uma coisa”, “é o seguinte”, e até o meu preferido: “olha só pra você ver”. Obrigado por me avisar, já tinha esquecido para que tinha olhos.
 
41. Aqui no Brasil, as lojas, o negócios e os lugares sempre acham um jeito de se vender como o melhor. Já comi em vários ‘melhor bufe da cidade’ na mesma cidade. Outro superativo de cara de pau é ‘o maior da América latina’. Não custa nada e ninguém vai lá conferir.
 
42. Aqui no Brasil, tem uma relação ambígua e assimétrica com a América latina. A cultura do resto da América latina não entra no Brasil, mas a cultura brasileira se exporta lá. Poucos são os brasileiros que conhecem artistas argentinos ou colombianos, poucos são os brasileiros que vão de férias na América latina (a não ser Buenos Aires ou o Machu Pichu), mas eles em geral visitaram mais países europeus do que eu. O Brasil as vezes parece uma ilha gigante na América latina, embora tenha uma fronteira com quase todos os outros países do continente.
 
43. Aqui no Brasil, relacionamentos são codificados e cada etapa tem um rótulo: peguete, ficante, namorada, noiva, esposa, (ex-mulher…). Amor com rótulos.
 
44. Aqui no Brasil, a comida é: arroz, feijão e mais alguma coisa.
 
45. Aqui no Brasil, o povo é muito receptivo. É natural acolher alguém novo no seu grupo de amigos. Isso faz a maior diferença do mundo. Obrigado brasileiros.
 
46. Aqui no Brasil, o brasileiros acreditam pouco no Brasil. As coisas não podem funcionar totalmente ou dar certo, porque aqui, é assim, é Brasil. Tem um sentimento geral de inferioridade que é gritante. Principalmente a respeito dos Estados Unidos. Estou esperando o dia quando o Brasil vai abrir seus olhos.
 
47. Aqui no Brasil, de vez em quando no vocabulário aparece uma palavra francesa. Por exemplo ‘petit gâteau’. Mas para ser entendido, tem que falar essas palavras com o sotaque local. Faz sentido, mas não deixa de ser esquisito.
 
48. Aqui no Brasil, futebol é quase religião e cada time uma capela.
 
49. Aqui no Brasil, dentro dos carros, sempre tem uma sacola de tecido no alavanca de mudança pra colocar o lixo.
 
50. Aqui no Brasil, os brasileiros escovam os dentes no escritório depois do almoço.
 
51. Aqui no Brasil, se limpa o chão com esse tipo de álcool que parece uma geleia.
 
52. Aqui no Brasil, a versão digital de ‘fazer fila’ é ‘digitar códigos’. No banco, pra tirar dinheiro tem dois códigos. No supermercado, o leitor de código de barra estando funcionando mal tem que digitar os códigos dos produtos. Mas os melhores são os boletos pra pagar na internet: uns 50 dígitos. Sempre tem que errar um pelo menos. Demora.
 
53. Aqui no Brasil, o sistema sempre tá “fora do ar”. Qualquer sistema, principalmente os terminais de pagamento de cartão de crédito.
 
54. Aqui no Brasil, tem um lugar chamado cartório. Grande invenção para roubar direitos e perder seu tempo durante horas, para tarefas como certificar uma cópia (que o funcionário nem vai olhar), o conferir que sua firma é sua firma.
 
55. Aqui no Brasil, parece que a profissão onde as pessoas são mais felizes é a de coletor de lixo. Eles estão sempre empolgados, correndo atrás do caminhão como se fosse um trilho do carnaval. Eles também são atletas. Tens a energia de correr, jogar as sacolas, gritar, e ainda falar com as mulheres passando na rua.
 
56. Aqui no Brasil, pode pedir a metade da pizza de um sabor e a metade de outro. Ideia simples e genial.
 
57. Aqui no Brasil, nâo tem água quente nas casas. Dai tem aquele sistema muito esperto que é o chuveiro que aquece a agua. Só tem um porém. Ou tem água quente ou tem um débito bom. Tem que escolher porque não da para ter os dois.
 
58. Aqui no Brasil, as pessoas saem da casa dos pais quando casam. Assim, tem bastante gente de 30 anos ou mais morando com os pais.
 
59. Aqui no Brasil, tem três palavras para mandioca: mandioca, aipim e macaxeira. Lá na franca nem existe mandioca.
 
60. Aqui no Brasil, tem o número de telefone, o número do DDD e também um número de operadora. Uma complicação a mais que pode virar a maior confusão.
 
61. Aqui no Brasil, quando encontrar com uma pessoa, se fala: “Beleza?” e a resposta pode ser “Jóia”. Traduzindo numa outra língua, parece fazer pouco sentido, ou parece um dialogo entre o Dalai-Lama e um discípulo dele. Por exemplo em inglês: “The beauty? – The joy”. Como se fosse um duelo filosófico de conceitos abstratos.
 
62. Aqui no Brasil, a torneira sempre pinga.
 
63. Aqui no Brasil, no táxi, nunca se paga o que está escrito. Ou se aproxima pra cima ou pra baixo.
 
64. Aqui no Brasil, marcar um encontro as 20:00 significa às 21:00 ou depois. Principalmente se tiver muitas pessoas envolvidas.
 
65. Aqui em Belo Horizonte, é a menor cidade grande do mundo. 5 milhões de habitantes, mas todo mundo conhece todo mundo. Por isso que se fala que BH é um ovo. Eu diria que é um ovo frito. Assim fica mais mineiro.
 
 
Por: Olivier Teboul - O Estado de Minas
 

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

ACREDITE: INVENTARAM O TRADUTOR CANINO

Alguns donos de cães simplesmente entendem seus animais. Eles conseguem interpretar cada grunhido, bocejo e ganido de seus bichos. Mas e se você não compreende seu animal tão bem assim? O No More Woof é um fone que diz ser capaz de traduzir os pensamentos do seu cão para a língua humana.
 
Sonhado por desenvolvedores escandinavos na Sociedade Nórdica para Invenções e Descobertas (NSID), o No More Woof lê a mente do seu cachorro através sensores de eletroencefalograma que medem ondas cerebrais. O pessoal da NSID diz ter decodificado alguns dos padrões mais simples do pensamento dos cães, como “estou com fome”, “estou cansado” e “quero fazer xixi”. Usando uma interface cérebro-computador alimentada por um  Raspberry Pi, o No More Woof transforma estados mentais em pistas verbais.
 
A NSID salienta que se trata de um projeto e sua campanha no Indiegogo oferece àqueles que colaborarem a chance de comprar algo que ainda é um protótipo. Além disso, o No More Woof é assumidamente um brinquedo perto dos dispositivos que os cães usam para encontrar e resgatar trabalhadores e para auxiliar pessoas com deficiências.
 
Adição deste blogueiro: "Que você acha de darmos uma dica aos inventores desta maravilha tecnológica: Se uma versão mais avançada deste equipamento pudesse traduzir pensamentos humanos também, quem sabe teríamos relações pessoais mais transparentes, onde o que se pensa realmente seria dito. Ops... Será que isto seria bom? Que os outros ouvissem o que realmente eu e você pensamos? Acho melhor pensar um pouco mais antes de levar a ideia a diante, não é verdade?"
 
 
Fonte: Site MSN Tecnologia

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

O CLUBE DOS 99

Era uma vez um rei muito rico. Tinha tudo. Dinheiro, poder, conforto, centenas de súditos. Ainda assim não era feliz.
 
Um dia, cruzou com um de seus criados, que assobiava alegremente enquanto esfregava o chão com uma vassoura. Ficou intrigado. Como ele, um soberano supremo do reino, poderia andar tão cabisbaixo enquanto um humilde servente parecia desfrutar de tanto prazer? - “Por que você está tão feliz?”, perguntou o rei.
 
- “Majestade, sou apenas um serviçal. Não necessito muito. Tenho um teto para abrigar minha família e uma comida quente para aquecer nossas barrigas”. O rei não conseguia entender. Chamou então o conselheiro do reino, a pessoa em que mais confiava: - “Majestade, creio que o servente não faça parte do Clube 99″ - “Clube 99? O que é isso?” - “Majestade, para compreender o que é o Clube 99, ordene que seja deixado um saco com 99 moedas de ouro na porta da casa do servente”. E assim foi feito.
 
Quando o pobre criado encontrou o saco de moedas na sua porta, ficou radiante. Não podia acreditar em tamanha sorte. Nem em sonhos tinha visto tanto dinheiro. Esparramou as moedas na mesa e começou a contá-las. -”…96, 97, 98… 99.” Achou estranho ter 99. Achou que poderia ter derrubado uma, talvez. Provavelmente eram 100. Mas não encontrou nada. Eram 99 mesmo. Por algum motivo, aquela moeda que faltava ganhou uma súbita importância. Com apenas mais uma moeda de ouro, uma só, ele completaria 100. Um número de 3 dígitos! Uma fortuna de verdade. Ficou obcecado por completar seu recente patrimônio com a moeda que faltava. Decidiu que faria o que fosse preciso para conseguir mais uma moeda de ouro. Trabalharia dia e noite. Afinal, estava muito muito muito perto de ter uma fortuna de 100 moedas de ouro. Seria um homem rico, com 100 moedas de ouro. Daquele dia em diante, a vida do servente mudou. Passava o tempo todo pensando em como ganhar uma moeda de ouro. Estava sempre cansado e resmungando pelos cantos. Tinha pouca paciência com a família que não entendia o que era preciso para conseguir a centésima moeda de ouro. Parou de assobiar enquanto varria  chão.
 
O rei percebeu essa mudança súbita de comportamento e chamou seu conselheiro.
- “Majestade, agora o servente faz, oficialmente, parte do Clube 99″. E continuou:
 
- “O Clube 99 é formado por pessoas que têm o suficiente para serem felizes, mas mesmo assim não estão satisfeitas. Estão constantemente correndo atrás desse 1 que lhes falta. Vivem repetindo que se tiverem apenas essa última e pequena coisa que lhes falta, aí sim poderão ser felizes de verdade. Majestade, na realidade é preciso muito pouco para ser feliz. Porém, no momento em que ganhamos algo maior ou melhor, imediatamente surge a sensação que poderíamos ter mais. Com um pouco mais, acreditamos que haveria de fato, uma grande mudança. Só um pouco mais. Perdemos o sono, nossa alegria, nossa paz e machucamos as pessoas que estão a nossa volta. E o pouco mais, sempre vira… um pouco mais. O pouco mais é o preço do nosso desejo.” E concluiu: “Isso, majestade… é o Clube 99.”
 
 
Autor Desconhecido
Fonte: http://agorasim.blog.br/?p=2883 e Revista AMANHÃ - Novembro 2013

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

TRABALHE NO PARAÍSO: TEMOS VAGAS!

 
Transcrição do comentário de Max Gehringer para a rádio CBN sobre como os anúncios de emprego são parecidos com anúncios publicitários: Um ouvinte pergunta: "Por que as empresas não dizem a verdade em relação ao que vai acontecer depois que o candidato contratado? Nos três empregos que tive até agora, precisei responder em entrevistas à perguntas sobre a minha habilidade para me relacionar bem, trabalhar em equipe, ser pontual e cumprir metas. Após ser contratado, fiquei com a impressão de que os entrevistadores eram surdos, porque se não fossem, eu teria sido rejeitado. Numa das empresas, tremendamente desorganizada, gastei cinco minutos para provar ao entrevistador que eu era organizado. Em outra, o tópico sobre relacionamento interpessoal consumiu um terço da entrevista e a empresa parecia um ninho de cascavéis. Não tem algo errado nisso?"

Tem, é claro. Mas pense o seguinte: se você visse um anúncio de emprego que dissesse: "Procuramos um profissional disposto a trabalhar como se não precisasse comer, nem dormir, que escute as maiores barbaridades dos chefes sem reclamar, que abra o olho porque os colegas tentarão lhe puxar o tapete, e que concorde em ganhar um salário que nem de longe irá amenizar a pressão e os constrangimentos." Você mandaria um currículo para uma vaga assim? Nem você, nem ninguém.

Talvez você esteja exagerando um pouco, mas não há como discordar que empresas não se diferem dos produtos que vemos em anúncios de televisão. Ambos mostram somente a perfeição que gostariam de ter, evitando mostrar as imperfeições que têm. Por isso, console-se, pensando que as empresas só conseguirão elevar o nível se contratarem candidatos quase perfeitos. Como, por exemplo, você.

 
Max Gehringer, para CBN em 12/12/2013.

domingo, 1 de dezembro de 2013

O SUBMUNDO DA REDE

O espaço virtual é, na fala emprestada a João Cabral de Mello Neto, uma coisa nova inaugurando o seu dia. O mundo ainda está fascinado por ele, ou, mais precisamente, pela revelação de si mesmo através dele. E como esse espaço repete o mundo, é uma coisa nova cheio de coisas velhas.
 
A diferença é que qualquer um pode ver qualquer uma dessas coisas velhíssimas, da pornografia e do crime até a inocência e a virtude. E a tentação de estar na vitrine para os bilhões de anônimos que compõem a humanidade é forte demais. Assim, as pessoas se revelam nas redes sociais, em nudez de corpo inteiro e, da forma mais imprudente possível, de alma inteira.
 
Como em qualquer lugar desde que o mundo é mundo, colocam-se na mira de predadores. Rudyard Kipling e Mia Couto escreveram sobre aldeias vítimas de tigres e leões comedores de carne humana. Ambos reportam a advertência da fera, o rugir de ameaça que precede o assalto. Boris Pasternak e Jack London falam das matilhas silenciosas de lobos à caça de homens na tundra ártica. Nestes predadores, a silhueta fugidia e os olhos brilhantes são o aviso. Mas, no espaço virtual, as feras ou as matilhas são humanas: não há aviso para o ataque. Raymond Chandler descreve com precisão o submundo e Truman Capote vai mais além: encontra o raciocínio do criminoso. Mas a realidade crua descrita em Chandler e Capote tem os limites do concreto e das leis da física: ninguém passa através de paredes. No espaço virtual não há paredes. O que existe são conexões, nós e sistemas.
 
Uma outra realidade, pois. Ora, os predadores, principalmente os humanos, aprendem rápido. Eles criaram um submundo na rede, com a mais perigosa arma jamais inventada: os instrumentos de comunicação. A palavra, a imagem, o símbolo, aos quais foram adicionados as conexões e os nós. Eles não rugem e nem têm olhos brilhantes para avisar do ataque. Ao contrário, são sedutores. Este submundo conta com uma rede de pedófilos de 300 mil pessoas, aproximadamente, segundo os dados revelados pela Polícia Federal. Uma rede de sites de pornografia da qual os dez mais visitados contabilizam dois bilhões de acessos mensais (uma visita para cada 4 habitantes do planeta), conforme o Lista10.org. Milhares e milhares de pequenos espaços virtuais – as comunidades – de apologia ao crime e à violência (topei com uma, no Rio, com mais de 30 mil adeptos). E conexões para o crime. Um submundo mais poderoso do que jamais foi qualquer um, em qualquer tempo e que ataca o tempo todo: um crime por hora, segundo a SaferNet Brasil (uma ONG voltada para o combate aos crimes virtuais). Nesse bolo está um terço das empresas brasileiras, todas vítimas de crimes virtuais.
 
Por isso é que me espanta a facilidade com que as pessoas se expõem nas redes virtuais. Fotos, idéias, sentimentos, hábitos, está tudo lá. Espanta-me também a facilidade com que pais põem filhos pequenos, ainda sem idade para qualquer julgamento, em contato com esse mundo. Crianças de seis anos com tablets e celulares conectados, sem supervisão: é como se estivessem brincando à beira de um precipício. Não me entendam mal: eu entendo como um direito da criança usar computadores e ter acesso à rede. Mas sempre sob controle, ou de bloqueadores, ou de supervisão direta. A infância é inocente demais e, por isso, a criança é a presa preferida dos predadores, tanto os tigres da Índia, como os leões de Moçambique ou os criminosos humanos.

 
Autor Desconhecido - Blog Espaço Aberto