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segunda-feira, 23 de abril de 2012

Faça o que eu digo, faça o que ele faz.

Estudando um pouco do comportamento humano podemos observar através de pensadores como Bruce e Linda Campbell que contribuíram no desenvolvimento de uma teoria chamada PNL (programação neuro linguística) da qual um dos maiores disseminadores no Brasil foi o Dr. Lair Ribeiro, que recentemente esteve em Criciúma realizando palestra. Segundo estes estudiosos, existem algumas formas diferentes de se aprender. Campbell da o exemplo de algumas delas: Pela PNL, há quem seja auditivo, aquele indivíduo que aprende e internaliza conceitos primordialmente pelo ouvir. Ha ainda os visuais, que aprendem e inclusive memorizam fatos e nomes mais facilmente usando o sentido visual. Neste grupo temos ainda os sinestésicos que são aqueles que precisam ver ouvir e fazer, ou seja, para estes indivíduos é essencial praticar, usar todos os sentidos para aprender e internalizar conceitos. Vale dizer que a PNL nos indica como na maioria das vezes estes indivíduos irão aprender. Isso quer dizer que esta mesma pessoa poderá também aprender das outras formas, mas uma delas é a que será predominante.




Certo dia eu ouvi de um aluno em sala de aula a respeito de seu chefe: "Professor, não adianta, ele e do tipo 'faça o que eu digo e não faça o que eu faço." Na hora apenas ouvi, mas depois que entrei em meu carro e a caminho de casa fiquei pensando naquela expressão. Porque muitas vezes algumas pessoas são assim? Esta situação ficou em minha mente até que fiz esta relação com a PNL. A luz do que Campbell nos diz, algumas pessoas podem ter grande habilidade em expressar suas experiências e transmiti-las a outros, porem para aprender precisarão realizar, praticar muito, e provavelmente errar muito no caminho da prática do que efetivamente pensam. Terão provavelmente que lidar com a dualidade humana de forma muito mais dura talvez, que àqueles que não têm esta característica. Por outro lado, existem outras pessoas que aprendem e facilmente conseguem praticar algo, apenas ouvindo, observando a experiência e os ensinamentos de outras pessoas. Pode ser que este segundo indivíduo  não tenha a mesma capacidade daquela de transmitir e comunicar suas experiências ou teoria pois sua epistemologia, ou seja a maneira como ela aprende é diferente daquela que precisa também exercitar, praticar. Para algumas pessoas isto não tem nada a ver com caráter, com também não poderia rotular aquela que não consegue transmitir seus conhecimentos com a mesma facilidade da primeira como alguém egoísta.  Para o sinestésico o que ela fala pode ter haver com suas intenções e com a necessidade de expressar-se, talvez longe dela enganar aos outros. Para esta pessoa, o que ela diz e uma verdade para ela, pois já decidiu sobre aquilo, precisa então praticar.




Para que nossas relações interpessoais se tornem menos preconceituosas por conta de agendamentos generalistas, em minha opinião é importante observar como cada um de nossos pares funciona no seu processo de aprendizado e comunicação. Não quero dizer com isto que algumas pessoas não tenham uma predisposição para mentir ou enganar. Também existem sim alguns indivíduos mal intencionados e com sua motivação direcionada a prejudicar seu próximo, porém creio que outras tantas necessitam ser apoiadas, encorajadas na busca do que acreditam e que comunicam aos outros. Mais uma vez reforço que não pretendo fazer desta reflexão uma defesa ao mau-caratismo, mas sim usar deste espaço para chamar a nossa atenção para a individualidade e característica pessoal de cada um, que na maioria das vezes é positiva e bem intencionada, porém corriqueiramente mal interpretada. Se fizéssemos uma visita a todos os nossos discursos e as nossas crenças, será que conseguiríamos encontrar total coerência entre a verbalização, a intenção e a prática? Seja sincero, mas avalie! Então, creio ser prudente observar mais as pessoas, conhecê-las, entender sua estrutura de pensamento, para daí quem sabe formar algum conceito, que para alguns filósofos será totalmente inútil, por que em segundos o homem pode mudar, e tudo o quanto se conceituou, logo poderá se tornar obsoleto pela plástica dinâmica do ser humano. Se observarmos mais as pessoas e o seu funcionar, provavelmente poderemos reduzir de forma considerável as generalizações, pois na minha experiência constatei que, em se tratando de “gente”, esta prática perde o sentido. Que tal então, ouvir e avaliar antes de generalizar? Para mim, vale a pena tentar.


Por André Topanotti - Criciúma/SC - 23/04/2012

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