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O objetivo deste blog é discutir idéias, expor pontos de vista. Perguntar mais do que responder, expressar mais do que reprimir, juntar mais do que espalhar. Se não conseguir contribuir, pelo menos provocar.

sábado, 6 de outubro de 2012

PRA QUÊ ESSA FICHA?

Chegou o final de semana do voto e como alguns previam, em algumas cidades o veredito de quem será o eleito não virá das urnas e da vontade popular. Os tribunais é que irão decidir muitas eleições Brasil afora.  Em minha cidade natal  poderemos ter um candidato que  poderá assumir com menos de um quarto de votos da população apta para o voto. Casos como este também se aplicam em diversas outras cidades em todo país. No meu tempo de ‘guri’ mais novo, a pergunta em vésperas e dia de eleições era: “Quem tu acha que vai ganhar?” Hoje ouvi algumas vezes uma pergunta diferente: “Pra que esta ficha limpa então? O povo quer a ficha limpa depois insiste em votar num candidato que é enquadrado na ficha”? Discussão em volta da mesa do almoço, com familiares e amigos reunidos, eu não me aguentei. Fiz à eles e proponho neste breve texto algumas perguntas ‘despretensiosas’, para entendermos um pouco ‘o povo’, que muitos criticam: 
 
 
Você conhece alguém que emite ou solicita “meia nota” quando compra ou vende algo?  Você conhece um amigo (é mais fácil colocar o ‘amigo’ sacana na berlinda...) que registrou seu imóvel por um valor bem abaixo do real pra não pagar imposto?  Sabe de alguém que dirige em alta velocidade mas “enfia” o pé no freio quando vê uma lombada eletrônica ou radar? Por fim, conhece alguém que “maquia” o imposto de renda?  Ah classe média! Ah ‘emergentes’ de uma cultura transgressiva! É muito fácil criticar ‘o povo’ quando ele se trata dos outros não é? Assumamos, nós somos o povo! Que o leitor não me entenda mal, mas também não quero dizer que a voz deste povo está certa. A propósito a Voz do Povo, não seria a voz de Deus!? Noutra oportunidade expliquei que esta expressão veio do latim vox populi, vox Dei, traduzida quase que literalmente. Durante muito tempo ‘o povo’ considera que o julgamento popular é a voz de Deus. Mas de onde vêm esta expressão? Tal crença tem raízes na cultura Acaia, no Peloponeso, onde o deus Hermes se manifestava em seu templo do seguinte modo: a pessoa que desejava uma orientação ou resposta entrava, fazia a pergunta ao oráculo, e ao sair do recinto do templo tapava as orelhas com as mãos. As palavras errantes ditas pelos primeiros transeuntes na rua seriam as respostas divinas. Perguntava-se a um deus, mas era o povo quem respondia. Esta situação não tem nada a ver com certo e errado ou com democracia, e muito menos ainda com o conceito Cristão de voz de “Deus”.


Em meio a esta reflexão, concluo que estamos vivendo um processo de crescimento e amadurecimento da democracia, mas antes mais, de nossa cultura e identidade como nação. Precisamos entender que se queremos que nossos representantes mudem, nós precisamos mudar, pois a maioria de nossos representantes é bem parecida, muito parecida e semelhante a nós que os elegeram, pois a democracia é um sistema baseado na representação da maioria popular, e foi bem daqui, do meio do povo, que todos eles, fichas limpas ou sujas, saíram. Em minha opinião, esta é uma das mazelas do modelo democrático. Mas acima destas ‘feridas’ acredite na democracia, quem sabe ela pode ser curada pelo seu voto!

 

Vá à urna e faça um VOTO consciente!
 


Por André Topanotti, Criciúma/SC, 06 de Outubro de 2012.

3 comentários:

  1. Helthon Coan Volpato - POR FACEBOOK

    É bem por ai André Topanotti aqui na nossa cidade é a mesma coisa... dois dinossauros da politica, por pura e simples birra de um ter q ganha do outro, e por fim um deles esta registrado, porém esta nos cadastros de ficha suja... esperamos a resposta nas urnas, mais as coisas nem sempre acontece como queremos... #fichasujanuncamais.

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    1. Obrigado por participar Helton!
      Força e virtude pra Braço do Norte!

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  2. Por FACEBOOK: Hilton Leite
    Ótima reflexão sobre a Lei Ficha Limpa nas eleições municipais 2012. Desejo lhe uma boa noite. Um abraço.

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