O imediatismo hoje é, na maior parte dos casos, tido como um problema que envolve grande parte das pessoas. Imediatismo, de acordo com o dicionário, é um sistema que funciona sem mediação, sem um termo de passagem. Isso indica que aqueles que desejam resposta imediata querem sair de onde estão e chegar ao objetivo sem percorrer o caminho, sem mediação. A mediação é o caminho que se deve percorrer para sair de onde está e chegar ao objetivo final. Esse caminho prevê tempo, e, quanto maior o objetivo, provavelmente maior será o tempo para alcançá-lo. No entanto, na sociedade atual, é desejado que o caminho seja cada vez mais curto, para praticamente tudo, inclusive para as terapias. Pesquisas e mais pesquisas se colocam diante do desafio de produzir resultados cada vez maiores em menos tempo. A questão do imediatismo é típica de sociedades que têm como tônica o aumento da velocidade, onde o tempo parece cada vez menor para uma possibilidade cada vez maior de uso do mesmo. Se entendêssemos que a rapidez das motos, carros, aviões, trens, é apenas um dos sintomas de uma sociedade que está vivendo em alta velocidade, ficaria fácil perceber o imediatismo como sintoma.
É isso que acontece com um pai que procura uma escola de inglês com um método super revolucionário que ensina o conteúdo em três meses. O mesmo acontece com a mãe que procura uma clínica que faça com que ela fique com o visual de menina de academia em dois meses. O pai também entra na roda quando compra o carro que permite a ele fazer trechos cada vez maiores em menos tempo. A criança entra na velocidade dos pais ao pedir o vídeo game último lançamento, mas que em seis meses já está ultrapassado pois o console novo é dez vezes mais rápido.
É isso que acontece com um pai que procura uma escola de inglês com um método super revolucionário que ensina o conteúdo em três meses. O mesmo acontece com a mãe que procura uma clínica que faça com que ela fique com o visual de menina de academia em dois meses. O pai também entra na roda quando compra o carro que permite a ele fazer trechos cada vez maiores em menos tempo. A criança entra na velocidade dos pais ao pedir o vídeo game último lançamento, mas que em seis meses já está ultrapassado pois o console novo é dez vezes mais rápido.
Mas como perceber se eu estou vivendo rápido demais? Alguns, muito provavelmente nem leem artigos tão longos, dizem que se pode dizer mais em menos linhas, é provável, pois estes mesmos querem viver mais em menos dias. São pessoas de vida resumida, sexo resumido, alimentação resumida, carinho resumido, onde o todo é muito longo e enfadonho. Para saber se estão indo rápido demais olhem para a velocidade do passo na rua: caminham rápido? É muito provável que estejam muito mais rápidos no pensamento, e o corpo tenta em vão acompanhar o pensamento. Você percebe o caminho entre sua casa e o trabalho? A estrada, os carros, as pessoas, a belíssima serra que é parte marcante de nossa paisagem? Posso ainda perguntar se tem feito caminhadas, é provável que diga que sim, mas falo de caminhadas a passos lentos, sentindo o friozinho do inverno, ouvindo o cantar dos pássaros. Este tipo, provavelmente não.
Desacelerar, acalmar as ideias, para muitas pessoas é a cura para problemas como ansiedade, depressão, pânico. Desacelerar pode trazer a pessoa de volta ao corpo, ao espaço onde provavelmente a maior parte dos problemas desaparece. Pergunte-se a você mesmo: onde estão seus maiores problemas? No corpo? É provável que não. O pensamento, pelas possibilidades que apresenta, pode tanto criar grandes maravilhas como causar grandes estragos. O aumento de velocidade, assim como num carro, pode causar grandes problemas.
Para que isso não lhe aconteça preste atenção ao seu limite de velocidade: se estiver sendo imediatista, pode ser que seu limite tenha chegado. Ao observar o mundo se vai perceber que entre um bom inverno e o verão há a bela primavera. Se pulássemos direto do inverno para o verão perderíamos toda a beleza das flores.
Por Rosemiro A. Sefstrom - 26/06/2013 - Criciúma/SC
Fonte:http://www.filosofiaclinicasc.com.br/artigo/imediatismo-199