Olá...
Selecionei hoje o artigo do Beto Colombo sobre a idade emocional. Achei interessante, pois me remeteu a lembrar de algumas vezes em que ouvi a expressão "...o fulano age como uma criança quando acontece isso..." e o tal fulano a que me refiro é um senhor de quase cinquenta anos. Você já passou por situação assim? Jesus em uma de suas parábolas faz referência semelhante quando diz que para entrarmos no Reino dos Céus, temos que ser como crianças. Aqui Cristo também não nos fala na idade física. Para mim, Ele está falando da idade onde a criatividade está a aflorar, aquela idade emocional onde quase não há tédio e medo de se expor frente aos outros. Talvez porque a criança ainda não tenha ouvido a quantidade de "nãos" suficiente para frear toda a criatividade que a leva "aos céus" da infinita possibiliadade que existe dentro de cada um de nós. Em minha opinião existem situações onde precisamos ser maduros e equilibrados e adultos, e outras em que a criatividade, a leveza e alegria de uma criança pode nos renovar para superar os desafios a que a vida propõe. Para mim, vale a pena tentar.
Forte abraço!
André Topanotti
Beto Colombo: Querido leitor, você
provavelmente já ouviu falar, muitas vezes, que o animal que mais demora para
amadurecer é o ser humano. É claro que esse amadurecimento envolve todo um
processo que abrange o sistema nervoso central, ou seja, as questões
neurológicas. Também não podemos deixar de trazer as questões físicas e até as
emocionais. E é nessa parte, no amadurecimento emocional do ser humano, que
quero me ater hoje.
A primeira pergunta a
ser feita é: quantos anos você tem? A resposta não deve considerar idade
cronológica nesta existência, que compreende, para alguns, desde o momento da
sua geração até os dias de hoje. Essa conta é muito fácil de ser respondida,
para chegar ao número basta conhecer um pouquinho de matemática.
Falo da idade emocional.
Refiro-me da capacidade de enfrentar os “não” nossos de cada dia, de enfrentar
o sentimento de desprezo em determinadas situações e locais, da capacidade de
administrar perdas, sejam elas de namorada ou namorado, de emprego, de uma nota
baixa na escola, ou até uma negativa do pai de emprestar o carro. Enfim,
atenho-me aos momentos em que a vida nos exige habilidades para enfrentar os
fatos e, quando imaturos, acabamos por cometer erros e besteiras muitas vezes
impossíveis de serem consertadas.
Lembro-me de profissionais
com mestrado, doutorado e até PhD, referências em suas áreas, mas quando lhe
são exigidos algo mais sobre a vida, acocoram diante do desafio, paralisam
diante do inusitado e, como avestruz, escondem suas cabeças debaixo da terra. É
como se quebrassem a luz vermelha acesa no painel do carro, denunciando a
temperatura alta, ingenuamente querendo resolver a situação.
Aqui, nesses casos,
também podemos falar sobre resiliência, que é a capacidade de enfrentar
desafios, resolver problemas, enfrentar situações adversas repetidas vezes sem
desânimo. Exemplos, em nossa sociedade, temos muitos de pessoas resilientes,
mas parece que cada vez mais estamos tendo dificuldades de enumerar pessoas com
essa característica, pois cada vez mais engrossam o caldo daqueles que já não
suportam mais perder. Um bom número quer ganhar e não tem sequer paciência para
isso. Se não tem paciência para criar as melhores condições de crescer, ganhar
e ser melhor, que dirá saber esperar.
As organizações, a
sociedade, enfim, nossa sociedade está carente de pessoas grandes e maduras.
Para mim, não basta só crescer de tamanho, é fundamental nos desenvolvermos por
inteiro e o desenvolvimento da idade emocional de acordo com a idade
cronológica é fundamental para o ser humano. Parece-me que aprender matemática
tem sido mais fácil que aprender a conviver com semelhantes.
É assim como o mundo me
parece hoje. E você, o que pensa sobre idade emocional?
Artigo veiculado na Rádio Som Maior FM no dia 07/05/2012 e no Jornal A
Tribuna no dia 08/05/2012.
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