Dia destes um conhecido meu
trocou de carro e foi engraçado como fiquei observando e aguardando o momento
em que esperava por uma expressão que para mim é comum ouvir nesta situação. Éramos
três 'rapazes' cumprindo aquele ritual comum após a saída do novo veiculo da
concessionária, andando em volta do carro, apertando botões no painel,
avaliando o acabamento dos bancos e forração interna, contemplando o espaço do
bagageiro, mostrando-se de entendido procurando ver algo no motor, quando foi
questão de alguns poucos minutos para o dono do novo 'auto' deixar escapar: "...rapaz,
e o que tem desse modelo rodando na rua?!..." Foi o novo dono dizer isto para que o outro
colega completasse rapidamente: "...foi o que aconteceu também quando
eu troquei o meu. Todos me diziam para não trocar por aquele modelo, mas depois
que eu troquei é que eu vi o quanto tem daquele carro 'rodando' na
cidade."
Parece-me que estamos diante
de uma cena cotidiana que pode nos ensinar a respeito de uma teoria que a
programação neuro-linguistica (PNL) define como aproximação por identidade. E
isto não ocorre por acaso. Você pode perceber que existe uma tendência não
proposital a procurarmos aqueles que são semelhantes para convivermos, para
serem nossos amigos, colegas de trabalho. Os que são líderes têm certa
tendência a contratarem pessoas com características semelhantes as suas, sejam
físicas, psíquicas ou até mesmo emocionais. Há um dito popular que diz: “Os
opostos se atraem”. Porém antes, outra série de características semelhantes é
necessária para que pelo menos nos mesmos lugares o pretenso casal possa se
encontrar e discorrerem as primeiras conversas “de aproximação”. Todas as
outras infindáveis características vão aos poucos sendo descobertas e
negociadas. É claro, preciso destacar que esta não se trata de uma regra, e que
estou apresentando o meu olhar a respeito deste tema. Outras situações também
existem e podem ser diferentes.
Quando na verdade conhecemos e
nos identificamos com algo, é comum procurarmos ao nosso redor semelhantes que
se identifiquem conosco. O homem no modelo atual de sociedade, a pesar de
procurar exclusividade no que consome customização da sua roupa, do seu carro,
enfim das coisas com que usa e lida no dia a dia, ainda sente a forte
necessidade de estar em um grupo, a fazer parte de uma identidade coletiva e o
exemplo disto, em minha opinião são as próprias redes sociais. Penso que o fato
de identificar-se com os hábitos de consumo, com o tipo de roupa, o modelo de carro,
o esporte que se pratica e até o time que alguém torce é algo saudável para a
aproximação pela identidade deste alguém.
O lado pouco saudável e que pode ser um
alerta para nosso autoconhecimento é que também nos aproximamos e facilmente
identificamos no outro atitudes e comportamentos que nos irritam, e que, em
algumas vezes são o espelho de nós mesmos sendo refletidos no outro. Lembro-me
de certa vez em que uma determinada aluna sempre reclamava de outra colega que
segundo ela, falava demais, era como se diz no ‘popular’, uma tagarela. Bem, eu
vez por outra tentei dizer-lhe que achava as duas “um pouco parecidas” em seus
comportamentos, para não dizer-lhe diretamente que a outra colega a irritava
porque possivelmente esta era muito parecida com ela, porém, não conseguia identificar
isto. Em filosofia clínica dizemos que esta pessoa não consegue fazer inversão,
não consegue olhar para si e avaliar-se naquela determinada situação. Penso que o interessante
neste caso é desenvolvermos a percepção dos pontos positivos dos nossos pares,
assim como conseguimos ver, por exemplo, o novo modelo de carro, como a
representação do “novo” com o qual nossos olhos ficam abertos e ávidos a
mudança; E quando “bater” aquela vontade escarnecedora de “detonar” alguém com
comentários ácidos, bom seria verificar se o motivo do incômodo não é algo que
está também bem perto de nós, para não dizer dentro de nós mesmos. Para mim,
vale a pena pensar nisto.
Tenha e faça uma ótima
semana. Forte abraço!
Por André Topanotti –
Criciúma/SC – 28/05/2012.
PARABÉNS ANDRÉ me indentifiquei com artigo, no meu ponto de vista existe uma outra percepção de ver a trativa em quesntão, quando os comportamentos ferem os teus valores considerando indaquedando naquilo que acreditamos e agimos isso pode também te irritar..
ResponderExcluirAbraço e continue trazendo novidades interessantes ao blog..
Obrigado Kamila
ExcluirRealmente. Quando algumas atitudes ferem nossos valores, uma reação comum pode ser esta que citaste. Acho entretanto que nossos valores devem também nos frear antes de julgar, ou "revidar" na mesma moeda. Tudo é auto percepção, um exercício, que concordo com você, ser muito complexo e exige também persistencia.
Abraço e continue nos seguindo.
André, concordo com o seu ponto de vista quando você fala de "conversas de aproximação".
ResponderExcluirMeu comentário será sobre o autoconhecimento. Venho refletindo muito após ter lido outro post em que você falou um pouco sobre quando achamos que o outro está mudando ou está nos tratando de uma maneira diferente, quando, na verdade.. quem está mudando somos nós mesmos. Vejo que é realmente desta forma que acontece. Tive a oportunidade de perceber isso em mim mesmo. Fica claro que ao passar do tempo mudamos as nossas atitudes, formas de agir, de falar e de se comportar. Muitas vezes neste processo de (talvez) amadurecimento não percebemos as nossas proprias mudanças. No meu ponto de vista isso é um ponto negativo, pois não enchergamos o nosso proprio desenvolvimento ou então, muitas vezes, as nossas próprias "burradas"!
E é aí que está.. quantas vezes condenamos os outros por erros semelhantes aos nossos? Podemos concluir com o caso das duas meninas que é muito dificil fazer esta auto-analise da nossa própria personalidade ou dos nossos próprios atos. Muitas vezes me pergunto porque demoramos tanto para ver aquilo que está claro em nossa frente. Dificuldade de enxergar ou falta de vontade de enxergar? Sinceramente acho que nos falta vontade!
Encaro como assustador quando percebo o quanto não temos dominio sobre os nossos atos e o quanto não conhecemos a nós mesmos. E quando não conhecemos e não respeitamos nós mesmos, é extremamente dificil conhecer e respeitar o nosso próximo.
Pessoas passam por nossas vidas constantemente, sim.. concordo! Mas e quando não aprendemos a respeitar as pessoas que são mais próximas? E quando não aprendemos a respeitar a(o) nossa(o) namorada(o), esposa, marido, filho, pai, mãe? Fica mais delicado.
Acho que o caminho é procurar não condenar e nem converter ninguem. Respeitar basta.
Pois todomundo é unico e diferente. (AINDA BEM!)
Fico aberto a criticas ou comentários!
Abraço gente!!
Boa tarde Jan.
ExcluirJovem, seus comentários são bem articulados e demonstra-me sua maturidade e busca pela sabedoria. O fato de procurar entender "mais" é muito importante para não errar tanto, pelo mennos com pessoas. Estava lendo seu comentário e me lembrei de um fato. Esses dias eu gostei muito de um relato que ouvi de um colega da filosofia. A discussão era a seguinte no Facebook: Código Florestal. Uns exaltados outros mais exaltados, criticando o governo, outros as ONG´s, etc etc... Esse meu colega entrou na discussão e escreveu: "Olha não posso dizer que sou a favor nem contra, pois não li o código ainda. Alguns de vocês leu?"
Resultado, fim da discussão.
Então, acho que o exemplo serve também em nossas relações, não acha?
Um abraço Jan!
A respeito da 'tagarela' que não enxergava isso em si mesma, a bíblia diz assim:
ResponderExcluir"Ou como dirás a teu irmão: Deixa-me tirar o argueiro do teu olho, estando uma trave no teu?" Mateus 7:4
Também achei interessante a respeito dos opostos que se atraem. No mínimo o lugar para o primeiro contato precisava ser comum aos dois mesmo. Sempre pensei como escreveste.
Ótimo blog .
A proposito, entra como seguidor e continua participando.
ExcluirVou sortear entre meus seguidores "presentes" pelas contribuições dadas no blog.
Valeu!!
Obrigado por participar Jervis. Então, o objetivo do artigo é nos fazer refletir sobre as atitudes que nos incomoda nos outros. A identidade nos aproxima seja por "coisas legais" seja pelos pontos negativos dos outros. Como muitos não conseguem perceber isto, vale a pena para mim, provocar as pessoas para que pensem um pouco a respeito, visto que somos todos um "grande corpo" e somos muito semelhante entre nós. Apesar de sermos únicos temos uma mesma natureza. É isso aí "Mano" Jervis. Um forte abraço e siga firme no caminho.
ResponderExcluirNovamente um belo texto André. Parabéns pelo sucesso do Blog.
ResponderExcluirJá disse Jung "O que nos inrita nos outros pode trazer uma melhor compreensão de nós mesmos." Na verdade, nos inritamos porque olhamos no espelho e vemos uma imagem de algo que somos ou que gostaríamos de ser. Como se o lado "cara" pudesse ver o lado "coroa", mas no fundo é a mesma moeda. Parecem opostos que se repelem e se contradizem. Mas no fundo são partes de uma mesma coisa. Quantas vezes vemos uma pessoa atacando verbalmente outra por algum corportamento e em seguida a vemos fazendo a mesma coisa? Então dizem vulgarmente: "A língua é o chicote do %##*". A força que repulsa é a mesma que atrai.
Forte abraço André! Pax et Lux!
Gostei muito de seu texto, parabéns é super interessante e super verdadeiro..rsrsr..
ResponderExcluirParabéns!
Tem promoção no blog, participe!
http://fernandabizerra.blogspot.com.br/
Beijokas!