A Basf - líder em
tintas imobiliárias no Brasil com a marca Suvinil - pretende frear o
crescimento das vendas do segmento no segundo semestre com o objetivo de evitar
queda de rentabilidade. A empresa tem 65% de suas matérias-primas
indexadas em dólar, o que faz com que, num cenário de câmbio desfavorável,
expansão signifique aumento de custos e pressão sobre as margens. "Ganhar
participação de mercado agora não é sinônimo de ganhar dinheiro", disse
ao Valor o vice-presidente sênior da empresa para a América do
Sul, Antonio Carlos Lacerda. No primeiro semestre, as vendas
de tintas imobiliárias da Basf cresceram entre 3% e 4% em volume,
patamar esperado, no início do ano, para o acumulado de 2013. Atualmente,
conforme Lacerda, a intenção é vender o mesmo volume do ano passado. A
expectativa é que o faturamento aumente, mas impulsionado pela alta de preços
ocorrida em 2012. Até junho, o faturamento cresceu entre 7% e 8%.
De acordo com o
executivo, no primeiro semestre a Basf conseguiu manter as margens do
segmento de tintas imobiliárias por ter tomado medidas como a redução de
custos, com corte de 8% do quadro de pessoal. Para se proteger da alta do
dólar, a empresa aumentou, ao longo dos últimos quatro meses, seu estoque de
matérias-primas em 60 dias.
O início da
atuação da Suvinil, tinta tradicional do segmento premium, na linha standard,
ou seja, intermediária, de tintas imobiliárias no fim do ano passado também
contribuiu para que a rentabilidade não caísse. No segmento econômico, a
empresa atua com a marca Glasurit. As medidas que já vêm sendo tomadas vão
assegurar as margens até o terceiro trimestre, conforme o executivo. O que será
feito para evitar queda de rentabilidade no quarto trimestre dependerá do
comportamento do dólar, que, na avaliação de Lacerda, continuará a se
valorizar.
Outro fator que
pode pressionar as margens, no quarto trimestre, é o dissídio, que ocorrerá em
novembro. Conforme Lacerda, "Agora, não dá mais para haver ganho
real", diz. Em relação à demanda por tintas, Lacerda conta que o mercado
está muito "volátil", sem que as revendas - principais clientes da
empresa no segmento - tenham previsibilidade em relação à comercialização.
"O consumidor final está muito cauteloso. Há semanas ótimas e semanas
horríveis para as revendas", diz o executivo. Cerca de 80% das vendas de
tintas imobiliárias da Basf são destinadas a reformas.
"Tenho 30
anos de vida profissional, sendo 15 anos como executivo. Talvez, este seja o
ano mais difícil. A previsibilidade é nula", afirma. Lacerda diz
esperar que as turbulências no cenário econômico atual ainda perdurem pelo
prazo de 12 a 18 meses.
No primeiro
semestre, o mercado brasileiro de tintas imobiliárias encolheu 3% em
volume ante o mesmo período do ano passado, de acordo com Lacerda, que
também é presidente do conselho da Associação Brasileira dos Fabricantes de
Tintas (Abrafati). As vendas do segmento premium caíram 15%, as do econômico
tiveram queda de 18%, enquanto as do standard aumentaram entre 35% e 40%. Segundo
ele, as incertezas da economia resultaram em mudança de parte das compras do
segmento premium para o intermediário. "As pessoas continuam se preocupando
com rentabilidade, mas têm mais tolerância", afirma.
A Basf tem 29% de
participação do mercado de tintas imobiliárias em volume e 40% em valor, de
acordo com o executivo.
JORNAL VALOR
ECONÔMICO - Chiara Quintão - São Paulo
FONTE: http://www.valor.com.br/empresas/3199200/basf-freia-crescimento-em-tintas-imobiliarias-para-garantir-margem.html
FONTE: http://www.valor.com.br/empresas/3199200/basf-freia-crescimento-em-tintas-imobiliarias-para-garantir-margem.html