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O objetivo deste blog é discutir idéias, expor pontos de vista. Perguntar mais do que responder, expressar mais do que reprimir, juntar mais do que espalhar. Se não conseguir contribuir, pelo menos provocar.

domingo, 28 de julho de 2013

PAPA FALA BEM E NÃO CHATEIA NINGUÉM

Os padres letrados José de Anchieta e Manoel da Nóbrega eram jesuítas e aprenderam o Tupi-guarani para falar com os índios. O Papa Francisco, que também é jesuíta, aprendeu Português para falar com os brasileiros.Entre tantas lições, o Papa mostrou que não é preciso baixar o nível para se aproximar do povo. Basta escolher as palavras adequadas ao contexto. Por exemplo, preferiu o popular botar, em vez de pôr, colocar. Em seu primeiro discurso, disse: “Cristo bota fé nos jovens, e os jovens botam fé em Cristo”.

Na quinta-feira, falando a mais de um milhão de pessoas na praia de Copacabana, recomendou: “Bote fé, bote esperança, bote amor”. O Sumo Pontífice, que é poliglota, vem usando muitas gírias em suas falas, entrevistas e homilias na Jornada Mundial da Juventude.
 
Seu bom humor também já era esperado. No mês passado, comentando as semelhanças entre o Português e o Espanhol, disse de brincadeira: “o Português é um Espanhol mal falado”.
 
Suas falas no Brasil foram marcadas por expressões populares. Quando visitava a Favela da Varginha, em Manguinhos, nos arredores do Rio, disse: “Vocês sempre dão um jeito de compartilhar a comida. Como diz o ditado, sempre se pode ‘colocar mais água no feijão’”. E perguntou ao povo: “Se pode colocar mais água no feijão?”. Aplaudido, completou: “Sempre! E vocês fazem isto com amor, mostrando que a verdadeira riqueza não está nas coisas, mas no coração”.
 
Disse também: “Queria bater em cada porta, dizer bom dia, beber um copo de água fresca, beber um cafezinho. Mas não um copo de cachaça!”. O Papa escolheu por metáfora “um copo de cachaça”, a bebida mais popular do Brasil.
 
Todavia não foi apenas pelas palavras e expressões que ele cativou o povo brasileiro. Sem conteúdo, as gírias e expressões seriam apenas enfeites de suas falas, que entretanto comoveram a muitos pela sinceridade do olhar, como quando disse: “Aprendi que para ter acesso ao povo brasileiro é preciso ingressar pelo portal do seu imenso coração; por isso, permitam-me que nesta hora eu possa bater delicadamente a esta porta. Peço licença para entrar e transcorrer esta semana com vocês”.
 
Outro momento em que mexeu muito com as pessoas foi quando declarou: “Não tenho ouro, nem prata, mas trago o que de mais precioso me foi dado: Jesus Cristo!”
 
No mesmo instante, aqueles que aguardavam a visita do Papa apenas para fazer negócios, como Eike Batista, cuja fortuna passou de 46 bilhões para “apenas” 300 milhões em poucos dias, deixaram o recinto, segundo o tradicional humor dos cariocas, que também inventaram súbitos milagres do Papa: não foi assaltado na Linha Vermelha, mesmo com a janela do carro aberta; fez o povo aplaudir um argentino; mesmo engarrafado no Rio, ninguém tentou vender-lhe nada; andou de saia em Copacabana à noite e não levou nenhuma cantada.
 
Esse Papa é uma boa pessoa. E o convívio com uma boa pessoa sempre nos faz bem!
 
 
Por: Dionísio da Silva - 28/07/2013

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