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terça-feira, 9 de julho de 2013

AMIGANTE

Por Beto Colombo: Como o atento leitor já leu aqui em meus comentários e artigos, já mencionei várias vezes que gosto muito de caminhar. Seja em Criciúma, onde moro, na lagoa ou na praia, sempre caminho. Não importa se vou viajar a trabalho, a lazer, enfim, aonde vou, levo em minha bagagem um tênis ou uma bota.

Nestas viagens não importa quem esteja comigo, no final da tarde, calço o tênis e saio por esse mundo de Deus. No caminho encontro pessoas, conheço lugares e me exercito. Afinal de contas, viver também é se movimentar, pois mais do que sedentários, temos genética de nômades, não é mesmo?

Os meus familiares e conhecidos já sabem desse meu gosto. Inclusive, com os amigos, descobri que há diferentes tipos de caminhadas e, assim, diferentes tipos de amigos. Por que não? A partir daqui, cunhei um nome que vai no título dessa artigo, que é “amigante”, ou seja, amigo caminhante.

Há o amigante que gosta de caminhar seis quilômetros em uma hora e a jornada aqui é pesada e forte. Na verdade, é a marcha usada pelo exército em manobra. Caminha-se assim, nesse ritmo, quando se tem pouco tempo e se necessita gastar bastante calorias. É quase uma corrida e chega perto de um passeio tranquilo de bicicleta.

Há também o amigante que caminha, no máximo, quatro quilômetros por hora, estes vão contemplando. Na contemplação o caminho é vivenciado no presente envolvente que se apresenta a cada instante. Desta forma, pode-se parar quantas vezes quiser para curtir, contemplar.

Tudo certo. Não há caminho nem amigante certo e nem errado, tudo é caminho.

Quando faço uma trilha maior, como o Caminho de Santa Paulina, de uma semana, ou Caminho de Santiago, de 30 dias, descobri que aqui, geralmente, a contemplação é mais vivida. Embora também se encontram pessoas que caminham em um ritmo alucinante. Em uma caminhada maior como essas, toda a sensibilidade da gente é aguçada a ponto de sentirmos o frescor do vento, o cheiro adocicado do ar, a flor diminuta a beira da estrada, a formiga que atravessa a estrada.

Enfim, não importa se mais rápida ou contemplativa, o importante, para mim, é que seja um amigante.

Lembrando que isso é assim para mim hoje.
 
Por Beto Colombo - 03/07/2013
Fonte:http://www.filosofiaclinicasc.com.br/artigo/amigante-202

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